Celebração na Serra do Mar encerra ciclo de oficinas na aldeia Tupã Nhe’é Kretã
Evento integra o percurso formativo realizado com crianças, jovens e adultos da comunidade e exibe um curta documental produzido a partir dos registros das oficinas

Na próxima segunda-feira (15), a aldeia Tupã Nhe’é Kretã, localizada no meio da Serra do Mar, no município de Morretes, será palco da celebração de encerramento do ciclo de oficinas promovido pela Sutil Companhia de Dança em parceria com a Escola Estadual Emilia Jera Poty. A programação inclui comidas típicas e a exibição de um curta documental produzido a partir dos registros das atividades realizadas nos últimos meses com a comunidade.
A celebração marca o fechamento do processo que deu origem à apresentação e à exposição Txikwâj Djikwãj, realizada no dia 19 de novembro e construída por meio de encontros contínuos com crianças, jovens e adultos da aldeia, em um percurso dedicado ao resgate e ao fortalecimento da ancestralidade Xetá.

Segundo Ádia Anselmi, diretora da Sutil Companhia de Dança, o trabalho na aldeia vem aprofundando a compreensão de como o conceito de Corpo Sutil, desenvolvido pela companhia, encontra ressonância na cosmovisão indígena, em que corpo, espiritualidade e natureza formam uma unidade inseparável.
Ádia destaca ainda que acompanhar o cotidiano da aldeia é reconhecer a força das relações que sustentam o território — força representada pela liderança da cacica Andreia Takua. Sob sua orientação, a convivência entre diferentes etnias tem se estruturado de maneira colaborativa, respeitosa e contínua, preservando um território vivo, nutrido pela ancestralidade e a presença.
A coordenação artístico-pedagógica do projeto é assinada por Albert Paraná, da etnia Xetá, que ressalta que as artes, para os povos indígenas, são práticas integradas e ancestrais de fortalecimento. Sua atuação conecta diretamente as propostas das oficinas aos saberes tradicionais da comunidade.
O trabalho conta ainda com os professores indígenas Ângela Kretã, Eliana de Freitas e Pablo Paraná, responsáveis por garantir que os processos formativos sejam conduzidos pelas perspectivas, memórias e modos de vida do próprio povo. Somam-se a eles os profissionais da Sutil Companhia de Dança — Ádia Anselmi, Daniele Agapito e Leandro Teixeira — cuja atuação conjunta reforça a importância de ações educativas alinhadas ao território e à identidade da comunidade.

O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura – Governo Federal, e foi aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná.
Texto: Brisa Teixeira
