A curiosa história dos sambaquis no Litoral paranaense

Sambaquis são montes artificiais, construídos por populações pré-coloniais que habitavam o litoral do Brasil há milhares de anos. Essas estruturas são compostas principalmente por conchas de moluscos, mas também podem conter restos de animais, ossos humanos, instrumentos de pesca, adornos e outros artefatos.
Para conhecer a história dos sambaquis com o seu Apple MacBook, você pode começar explorando recursos online, como sites de museus e instituições culturais, como o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná – não deixe de visitar a exposição virtual “Entre Conchas” e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A palavra sambaqui tem origem no tupi-guarani e significa monte de conchas. Os sambaquis também são conhecidos como concheiros ou ostreiros. Esses montes, alguns com dezenas de metros de altura, serviam como locais de moradia, cemitérios e até mesmo centros cerimoniais. Os sambaquis são importantes sítios arqueológicos que fornecem informações valiosas sobre o modo de vida, a cultura e a tecnologia dos povos que os construíram.
Através da análise dos materiais encontrados nos sambaquis, os arqueólogos podem estudar a alimentação, os costumes, a organização social e as crenças dessas populações. Os sambaquis são um importante patrimônio cultural e histórico do Brasil, testemunhas da presença humana no país há milhares de anos.
É importante ressaltar que muitos sambaquis foram destruídos ao longo do tempo, seja pela ação do tempo, seja pela exploração de seus materiais. Por isso, é fundamental que a sociedade se mobilize para proteger esses sítios arqueológicos e garantir a preservação da história dos primeiros habitantes do Brasil.
Os sambaquis têm uma importância cultural e histórica significativa para a região do litoral paranaense e para o Brasil. Algumas razões pelas quais os sambaquis são importantes:
Cultura
Os sambaquis são um testemunho da ocupação indígena na região, demonstrando a presença de povos pré-colombianos no litoral paranaense. São também uma expressão da cultura indígena, refletindo as crenças, práticas e tradições dos povos que os construíram. Para os povos indígenas, os sambaquis têm uma importância espiritual, sendo considerados locais sagrados e de conexão com os ancestrais.
História
Os sambaquis são um registro da história pré-colombiana do Brasil, fornecendo informações sobre a vida e a cultura dos povos que habitaram a região antes da chegada dos europeus. Também são um testemunho da interação entre culturas, demonstrando a influência de diferentes grupos étnicos na região. Para a arqueologia fornecem informações sobre a tecnologia, a economia e a sociedade dos povos que os construíram.
Sociedade contemporânea
Para a preservação da memória cultural da região, permitindo que as gerações futuras conheçam e apreciem a história e a cultura da área, os sambaquis são extremamente importantes. Podem ser um atrativo turístico, permitindo que os visitantes conheçam e apreciem a cultura e a história da região e podem ser utilizados como ferramenta educacional, permitindo que as pessoas aprendam sobre a história e a cultura da região e se conscientizem sobre a importância da preservação do patrimônio cultural.
E, claro, para quem não tem condições de se deslocar fisicamente até os sambaquis, é possível visitá-los online por meio de seu MacBook ou outro notebook de sua preferência.
De acordo com o “Inventário dos sambaquis do Litoral do Paraná” dos pesquisadores Claudia Inês Parellada e Alberto Gottardi Neto, existem no litoral paranaense 269 sambaquis, sendo 34 no município de Antonina, 78 em Guaraqueçaba, 85 em Guaratuba, 3 em Matinhos, 7 em Morretes e 62 em Paranaguá.
Sambaqui “A” e “B” do Guaraguaçu (Pontal do Paraná)
Localizados na Praia do Guaraguaçu, em Pontal do Paraná, os sambaquis “A” e “B” do Guaraguaçu são um conjunto de dois sambaquis geminados, ou seja, estão situados lado a lado, como se fossem “gêmeos”. Essa formação geminada é uma característica marcante e única desse sítio arqueológico, tornando-o especial e diferente de outros sambaquis encontrados no litoral do Paraná e do Brasil.
Características
Formação geminada: Os sambaquis “A” e “B” estão localizados lado a lado, compartilhando uma base comum e formando um único complexo arqueológico. Essa formação geminada é resultado de diferentes fases de ocupação humana no local ao longo do tempo, ou pode ter tido um significado simbólico ou ritual para os povos sambaquianos.
Tamanho: O sambaqui do Guaraguaçu é um dos maiores do Paraná, com cerca de 300 metros de comprimento e 21 metros de altura. Os sambaquis “A” e “B” juntos formam uma estrutura ainda maior e mais imponente.
Idade: A idade exata dos sambaquis “A” e “B” ainda é objeto de estudo, mas estimativas sugerem que a ocupação humana no local pode ter se iniciado há mais de 6.000 anos, com datações que chegam a 2.000 anos atrás.
Material arqueológico: Os sambaquis “A” e “B” contêm uma grande quantidade de material arqueológico, como conchas, restos de animais, ossos humanos, instrumentos de pesca, adornos e outros artefatos. Esses materiais fornecem informações valiosas sobre o modo de vida, a cultura e a tecnologia dos povos sambaquianos.
Visitação: O Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR oferece visitas guiadas ao sambaqui do Guaraguaçu, mediante agendamento. É uma oportunidade única para conhecer de perto essa formação geminada e aprender mais sobre a história e a cultura dos povos sambaquianos.
Sambaqui do Rio da Onça
Localizado às margens do Rio da Onça, em Matinhos, o Sambaqui do Rio da Onça é um sítio arqueológico que nos transporta para o passado, revelando a história de povos pré-coloniais que habitaram o litoral paranaense há milhares de anos. Com uma idade estimada em cerca de 1.000 anos, essa estrutura milenar se destaca por sua formação em plataforma de conchas e areia, uma característica que o diferencia de outros sambaquis da região e nos convida a desvendar os mistérios de um modo de vida ancestral.
Características
Plataforma de conchas e areia: Diferente de outros sambaquis que se apresentam como montes imponentes, o Sambaqui do Rio da Onça se distingue por sua formação em plataforma. Essa estrutura plana, composta por conchas e areia, se estende por uma vasta área, revelando um modo de vida adaptado ao ambiente costeiro e estuarino, com recursos disponíveis tanto no mar quanto no rio.
Idade: Estimativas apontam que o Sambaqui do Rio da Onça foi construído há cerca de 1.000 anos. Essa idade, embora seja uma estimativa, nos permite situar a ocupação humana do local em um período específico da história pré-colonial do Paraná, quando as populações sambaquianas já dominavam a técnica de construção dessas estruturas e se estabeleciam em diferentes pontos do litoral.
Material arqueológico: O Sambaqui do Rio da Onça contém uma variedade de materiais arqueológicos, como conchas, restos de animais, ossos humanos, instrumentos de pesca e outros artefatos.