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Amlipa assina manifesto de repúdio à Operação Haiti

A Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (Amlipa) protocolou no Governo do Estado, nesta segunda-feira (20), uma nota de repúdio à Operação Haiti, do Ministério Público, que teve como alvo o projeto de engorda e revitalização da orla de Matinhos pelo IAT (Instituto Água e Terra). 

Na quarta-feira (15), policiais do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão coordenado pelo Ministério Público, cumpriram mandados de busca e apreensão na sede e na residência de servidores do IAT atrás de indícios de irregularidades no licenciamento da obra que está na fase final de licitação. 

Quatro consórcios de empresas apresentaram propostas no dia 17 de agosto e a expectativa era de que o resultado fosse divulgado, no máximo, no início de setembro. Os questionamentos e a operação policial do MP atrasaram a divulgação.

No dia 30 de agosto, o deputado Nelson Justus ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para criticar a atuação da Promotoria em Paranaguá no caso. No sábado (18), o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, publicou um texto em sua coluna semanal no Jornal de Guaratuba criticando os atrasos nos licenciamentos de obras de infraestrutura no Litoral. O deputado leu o texto na íntegra na sessão da Assembleia desta segunda-feira (20).

Na nota divulgada hoje, que foi assinada pelos sete prefeitos do Litoral, a Amlipa “manifesta veemente repúdio à “Operação Haiti”, cuja simples denominação já revela preconceito e desprezo com a região, e o faz porque a mesma consiste em verdadeiro desserviço ao desenvolvimento sustentável do litoral paranaense e à qualidade de vida da nossa população”.

O Correio entrou em contato com o Ministério Público do Paraná e aguarda resposta de um pedido de comentário. 

Leia o texto divulgado pela Amlipa:

Manifesto de Repúdio

União pelo desenvolvimento do litoral, não podemos parar!

A Associação dos Municípios do Litoral do Paraná – AMLIPA, representada pelos Prefeitos Municipais subscritores do presente, visando o progresso e o desenvolvimento da região litorânea do Estado do Paraná, conhecedora da necessidade de execução das obras de infraestrutura nos sete municípios litorâneos, vem a público manifestar às autoridades competentes e à população paranaense o que segue.

O desenvolvimento do litoral do Estado do Paraná há muito tem sido prejudicado pelos acessos precários, enchentes, vendavais, ressacas do mar, falta de saneamento básico, ocupação irregular, entre muitos outros temas que são alvos de mobilizações populares e reivindicações capitaneadas por esta Associação. A população litorânea por décadas tem nutrido a esperança de projetos que venham alavancar o desenvolvimento regional.

A atuação direta do Governo do Estado e sua equipe de Secretários e técnicos na liberação de recursos aos projetos que proporcionam o desenvolvimento sustentável da região tem trazido inúmeros benefícios, bem como incentivo e esperança aos empresários locais que almejam a expansão turística e econômica do litoral, sem nenhum prejuízo ao meio ambiente, proporcionando ainda mais qualidade de vida e gerando renda à população.

Projetos estes que foram amplamente apoiados por instituições conceituadas, grupos de empresários e população em geral. Todas as obras estruturais defendidas de forma responsável, baseadas em estudos técnicos, com respeito à questão ambiental, enfim, um árduo e longo trabalho desenvolvido por profissionais comprometidos com a concepção integrada de dimensões econômica, social, e ambiental regional.

Neste contexto, a AMLIPA, pelos prefeitos dos Municípios que a integram, em defesa dos interesses econômicos, sociais e ambientais da região, manifesta veemente repúdio à “Operação Haiti”, cuja simples denominação já revela preconceito e desprezo com a região, e o faz porque a mesma consiste em verdadeiro desserviço ao desenvolvimento sustentável do litoral paranaense e à qualidade de vida da nossa população.

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