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Associação vai mapear potencial do turismo religioso de matriz africana do Litoral 

A Associação Cultural Afro-brasileira e Africana do Litoral Paranaense (Acaaulp) e parceiros tiveram uma agenda movimentada na semana passada. Um dos resultados pode ser a promoção do turismo religioso no Litoral, conhecido por suas festas católicas. 

A Acaaulp foi criada em novembro do ano passado durante o 2° Encontro de Religiões de Matriz Africanas, Afro-brasileiras e Umbandistas do Litoral Paranaense. A associação tem como intuito mapear, preservar e mobilizar os terreiros, templos e demais desdobramentos das religiões e culturas afro-brasileiras e africanas na região.

Fotos: Divulgação

Na quarta-feira (20), a associação acompanhou a inauguração da exposição “Nossa Luta: A Perseguição aos Negros Durante o Holocausto” que traz conteúdos audiovisuais inéditos, desenvolvidos em parceria da Clínica de Direitos Humanos da PUC-PR com o Centro Cultural Humaitá.

Eles mostram biografias de afro-alemães que têm ligação com o Brasil e sobreviveram à perseguição nazista, uma história praticamente desconhecida. A exposição apresenta desde o período colonial alemão, incluindo o genocídio dos povos hererós e namaquas, na atual Namíbia, entre 1904 e 1907, até o período do nazismo.

A exposição ficará montada até dia 1º de abril, no auditório Mario Lobo, no Palácio das Araucárias, uma das sedes do governo estadual, no Centro Cívico, em Curitiba.  

Na ocasião, estiveram presentes o babalorisá Hérick Lechinski, presidente da Acaaulp; pai Lederson Souza, presidente da Acefi e do Afoxé; Gerson Augusto, presidente do Conselho de Promoção da Igualdade Racial (Compir) Paranaguá; Matheus Freitas, conselheiro de cultura afrobrasileira de Paranaguá; e Marianna Amaral, conselheira de cultura e literatura de Paranaguá.

Turismo religioso

No período da tarde, a comitiva se reuniu com o presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Consepir), Aloisio Nascimento, e demais membros do grupo de trabalho de turismo religioso. Na pauta, a discussão dos meios de fomentar e incluir as festas e celebrações de matriz afro-brasileira e africana do Litoral no calendário do Estado, começando com festas populares como o Afoxé e o Festival Yemoja. 

O grupo ficou de mapear, através da Acaaulp, os festejos e celebrações existentes no Litoral e dialogar como o grupo de trabalho sobre as viabilidades turísticas para ganhar adesões e alcançar as mesmas proporções de eventos de outras religiões. 

Parcerias

Na quinta-feira (21), estiveram presentes na solenidade do Dia Estadual de Luta Contra a Discriminação Racial e o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas em Nações do Candomblé, no auditório Poty Lazzarotto, no Museu Oscar Niemeyer.

O evento reuniu líderes religiosos, sacerdotes e sacerdotisas da umbanda e do candomblé, líderes de movimentos sociais, pastorais e dos movimentos negros do Paraná.

A solenidade foi marcada por alguns anúncios. Um deles é um termo de cooperação técnica entre Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi) e o Fórum de Religiões de Matrizes Africanas para mapear os dados e informações das religiões de matrizes africanas do Estado. 

Outra cooperação técnica foi estabelecida com a Fundação Pró-Renal para oferta de exames para a população negra. A organização social vai publicar um edital específico para esse público nos próximos meses.

Na área da educação, a Semipi assinou uma parceria com a Uninter para disponibilizar 50 bolsas de estudos em graduação a distância, sendo 25 para indígenas e 25 para quilombolas do Estado. A parceria vale a partir deste ano. A universidade vai divulgar um edital com as regras.

O Som dos Tambores

Já na sexta feira (22) bàbá Herick Lechinski, pai Lederson Souza e alabê Nilson Sergio fizeram parte da mesa sobre musicalidade afro-brasileira e africana juntamente com a professora Paloma Virgins Santiago, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas no IFPR Paranaguá. 

A mesa fez parte do encerramento do projeto “O Som dos Tambores”, da produtora cultural Jakeline Taylor, na Associação de Moradores do Bairro Porto Seguro.

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