Centenas de raias são avistadas na Praia Central de Guaratuba
Uma cena impressionante foi registrada neste fim de semana na Praia Central de Guaratuba. Um agrupamento de raias estava bem no raso, aparentemente se alimentando.
Os vídeos foram feitos por Rodrigo Reis, professor de Biologia da UFPR e um dos coordenadores de Educação Ambiental do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar), iniciativa patrocinada pela Petrobras e pelo Governo Federal.
Ele estava com a esposa e os filhos na praia, na hora do almoço, quando foi surpreendido pela linda cena. “Meus dois meninos estavam entrando na água e voltaram correndo, dizendo que havia um monte de peixes na água. Ao me aproximar, vi centenas de raias. Eu morei quase uma década em Guaratuba e nunca tinha visto nada parecido”, conta o professor.
A família toda ficou muito animada quando viu a cena tão diferente. “A primeira preocupação foi orientar meus filhos para não mexer nas raias. Acabamos nem entrando na água para evitar o contato. A praia estava vazia e talvez seja por isso que os animais se sentiram tão à vontade. Elas paravam na areia como se estivesses sugando alguma coisa, acredito que estavam se alimentando de microconchas e moluscos, foi impressionante.”
De acordo com Eloísa Pinheiro Giareta, pesquisadora de raias e tubarões do Rebimar, essa espécie é popularmente conhecida como raia-ticonha ou raia-cachorro, e pode ser encontradas desde o sul do Brasil até a Flórida, nos EUA. “Duas espécies ocorrem nessa região: Rhinoptera bonasus e Rhinoptera brasiliensis. No entanto, não é possível identificar com precisão qual dessas espécies formou o agrupamento em Guaratuba somente observando-as externamente, já que a diferenciação entre elas se dá principalmente pela análise das placas dentárias. O que posso afirmar é que se tratavam de juvenis, provavelmente se alimentando, e é comum que essas raias nadem em grandes grupos”, explica Giareta.
Para segurança, é importante que as pessoas tentem não se aproximar dos animais. “Principalmente não manusear, pois as raias possuem espinho (ou ferrão) na cauda. Mas mantendo a distância elas são inofensivas”, completa a pesquisadora.
Texto: Sandrah Souza Guimarães / Rebimar