Extorsão na Prefeitura e dengue fazem prefeito de Paranaguá desistir de férias
Com o caso de extorsão se voltando contra a prefeitura e a emergência na dengue, o prefeito de Paranaguá, Edison Kersten, decidiu a adiar as férias programadas.
A licença do prefeito foi aprovada na Câmara na terça-feira (24), mas durante a votação vereadores comentaram que o afastamento não seria prudente neste momento. Apenas tr~es vereadores votaram contra a licença, que acabou não acontecendo.
Dengue – Na terça-feira (23), Kersten decretou Estado Excepcional de Emergência na saúde pública de Paranaguá com o objetivo de intensificar as ações de combate à Dengue. Esta foi a razão oficial do adiamento da viagem do prefeito.
Paranaguá passou o número de 130 casos autóctones (contraídos na cidade) da dengue confirmados. Quando se passa de 300 casos, é considerada situação epidêmica. Segundo o decreto assinado ontem, Paranaguá é considerada cidade de “Médio Risco” pela Secretaria de Estado da Saúde. A proximidade com o Verão, que traz o período de muito calor e chuvas esporádicas, juntamente com o grande fluxo de turistas, estimados em mais de dois milhões de pessoas na região do Litoral, levaram o município a se preparar para uma verdadeira guerra contra o mosquito.
Extorsão – Dois dias antes, o prefeito concedeu entrevista coletiva para falar do caso de extorsão envolvendo funcionários da Prefeitura e o marido da vereadora Laryssa Castilho. Julian de Souza Poletti foi preso no dia 18 junto com Luiz Felipe Matoso Ribeiro, assessor da Secretaria Municipal de Obras. Segundo a Polícia Civil, eles estavam extorquindo uma funcionária da Secretaria. De acordo com veículo de imprensa de Paranaguá, eles ameaçavam revelar informações sobre contrato de empresa com a Prefeitura. O caso estava sendo levantado pela vereadora e o marido teria tido acesso a documentos.
Em carta combinando o pagamento de R$ 200 mil, os acusados dizem que deixaram “as provas” com um comparsa como garantia. A prova foi publica no jornal Diário do Estado.
Na reunião com a imprensa, Edison Kersten, disse que iria esclarecer os fatos, mas não deixou que os repórteres fizessem perguntas. Em vez de uma entrevista foram feitos pronunciamentos do prefeito, o secretário da pasta, Juliano Vicente Elias, do procurador-geral do Município, Maurício Vitor Leone Souza, e do superintendente de Recursos Humanos, Wellington Frandji.
O prefeito afirmou que até agora não há fatos que comprovem qualquer ilicitude cometida por outros entes da Prefeitura. “Estamos sendo muito cuidadosos no que tange a essa questão. Não podemos, em hipótese alguma, fazer pré-julgamentos, expondo a pessoa, a família, de uma maneira a denegrir a imagem de quem quer que seja, principalmente em se tratando de um servidor nosso da Prefeitura”, disse ele, referindo-se à engenheira da Secretaria de Obras, vítima da extorsão.
De acordo com o prefeito, foi solicitado informações à Delegacia e no boletim de ocorrência da prisão, “verificou-se que nada consta” contra a servidora.
O processo corre na 1ª Vara Criminal de Paranaguá sob segredo de Justiça.