Helicóptero solta 50 mi sementes de juçara em unidades de conservação do Litoral
O Instituto Água e Terra (IAT) promoveu no último final de semana uma ação de restauração ambiental por meio da dispersão aérea de sementes de palmeira juçara (Euterpe edulis) em diferentes pontos do Litoral do Paraná.
O evento-teste ocorreu em cinco Unidades de Conservação de Proteção Integral: Parque Estadual do Palmito (Paranaguá), Estação Ecológica do Guaraguaçu (Paranaguá), Estação Ecológica do Rio das Pombas (Pontal do Paraná), Parque Estadual do Rio da Onça (Matinhos) e Parque Estadual da Ilha do Mel (Paranaguá).
Foram lançadas aproximadamente 50 mil sementes, obtidas como condicionante estabelecida no licenciamento ambiental de uma empresa que começou a operar na região. A iniciativa contou com o apoio do helicóptero que atende exclusivamente o órgão ambiental. Com o sucesso da ação, o escritório do IAT no Litoral, responsável pela força-tarefa, está finalizando o cronograma para novas expedições do tipo.
Engenheira química do escritório regional do IAT no Litoral, Luisa Serenato explica que é recorrente a prática ilegal de extração de palmito, recurso natural obtido da árvore, para comercialização. Por isso, ressalta ela, a palmeira-juçara é protegida pelo Decreto Federal n° 6.660/2008.
“Ações como essa, que buscam impactos positivos a longo prazo, bem como ações de divulgação de usos alternativos dos recursos naturais da palmeira-juçara, como a extração do açaí, por exemplo, auxiliam na manutenção dessa espécie tão emblemática para o ecossistema do Paraná”, destacou a engenheira.
CARACTERÍSTICAS – A germinação da semente do palmito-juçara (Euterpe edulis) é lenta e heterogênea. Por ser uma espécie plenamente adaptada a condições de sub-bosque (vegetação de baixa estatura que cresce em nível abaixo da floresta), forma com facilidade um denso banco de sementes, ficando no aguardo de condições favoráveis de luz e umidade para seu crescimento.
A juçara atinge uma altura de 10 metros a 20 metros de comprimento e demora por volta de seis anos para atingir o estágio reprodutivo. Tendo em vista essas características, a dispersão aérea de sementes é uma alternativa viável para intensificar a presença dessa árvore nos remanescentes de Mata Atlântica do Litoral paranaense.
MST soltou 15 toneladas de sementes
Não é a primeira germinação aérea de palmeira juçara no Litoral neste ano. Em julho, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) soltou 15 toneladas de sementes de juçara em diversas regiões do Paraná, sendo 1 tonelada na Comunidade Agroflorestal José Lutzemberger, em Antonina.
A ação contou com apoio da Itaipu Binacional, Polícia Rodoviária Federal (PRF), IAT, Conab (Companhia Nacional de Abastecimento, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) e IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), entre outros órgãos e instituições públicas e privadas.