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Janeiro no Litoral teve menos chuvas e temperatura abaixo da média 

Nuvens foram presença constante nos céus do Litoral, o que é comum durante a estação mais chuvosa | foto: Gustavo Aquino / Correio do Litoral

Menos intensas que nos primeiros dias de fevereiro, as fortes chuvas e enchentes no Litoral do Paraná no mês de janeiro escondem a estatística de que o mês foi mais seco que na média histórica. Os dados são do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) e foram analisados pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). 

O Litoral é a região mais chuvosa do estado, sobretudo durante o verão, e, naturalmente, apresentou o maior volume de chuvas também durante o mês de janeiro. A cidade com maior índice pluviométrico no mês foi Guaratuba, com registro de 338,8 mm, seguida de Guaraqueçaba com 316,4 mm.

Por outro lado, Antonina, foi o município que teve uma precipitação acumulada mais distante da média para o período em todo o Estado (248 mm a menos). A cidade que tem a média de 413 mm de chuva para janeiro em 2025 registrou apenas 165 mm.

No geral, o Litoral foi a região com o maior déficit de precipitação, com uma diferença de -105,1 mm em relação à média histórica.

No primeiro mês de 2025 choveu de 60 mm a 240 mm abaixo da média para o período, Já em 2024 no litoral paranaense, em janeiro choveu de 140 mm a quase 300 mm acima da média histórica.

“Em janeiro do ano passado nós tivemos um menor escoamento de umidade do Brasil Central para as regiões Sudeste e Sul, que inclusive favoreceu poucos episódios de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), fenômeno conhecido como um corredor de umidade que favorece ocorrência de chuvas intensas por um prazo igual ou superior a 5 dias consecutivos”, disse Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar.

Desse modo, segundo ele, o regime de precipitação no Paraná foi de chuva irregular e com baixos acumulados na maioria das regiões, exceto nas regiões Sudeste e litorânea, onde foram registrados elevados acumulados de chuva, devido a episódios pontuais de precipitação volumosa. “No ano passado a circulação marítima se fez muito presente, diferentemente deste ano”, afirmou.

Chuvas no resto do Paraná 

Em todo o Paraná, o ano de 2025 iniciou com seca. Na segunda quinzena de janeiro as chuvas se normalizaram na maioria das regiões, mas ainda houve locais com pouca precipitação como parte do Noroeste e Oeste do Estado. 

Depois do Litoral, a Região Metropolitana de Curitiba e a região Central registraram os maiores acumulados. O menor índice registrado em janeiro foi em Altônia, no Oeste, com apenas 25,2 mm.

De maneira geral, as anomalias de precipitação ficaram próximas da média histórica ou abaixo dela em todas as regiões do Paraná. A exceção foi Curitiba, onde a chuva superou significativamente a média, registrando uma anomalia de +121,6 mm. 

Depois do Litoral, o maior déficit de chuvas foi no Oeste, que registrou -78,1 mm abaixo da normal climatológica. A média estadual de precipitação foi de 169 mm, ficando 42 mm abaixo da média histórica de 211 mm.

Litoral diferente

No mês que bateu recorde de temperatura global*, em praticamente todo o estado as temperaturas máximas ficaram dentro ou acima da média histórica para o período. 

No Litoral a realidade foi diferente. Em Antonina, especificamente, o mês de janeiro terminou 1,5ºC abaixo da média das temperaturas máximas para o período, que é de 31,1ºC. 

Do Norte Pioneiro até a região Oeste do Estado as temperaturas máximas ficaram entre 1,3ºC e 1,8ºC grau acima da média histórica para o mês de janeiro. É o caso de Cascavel, que tem a média de temperatura máxima para janeiro de 29,7ºC , mas em 2025 registrou média de 32,3ºC. 

Algumas áreas próximas a Guaíra, Cascavel e Assis Chateaubriand tiveram variações maiores, com valores de 2,6ºC a 2,9ºC acima da média para o mês de janeiro.

No resto do Estado, as temperaturas máximas ficaram muito próximas do padrão para o mês de janeiro.

* O mês de janeiro de 2025 foi o janeiro mais quente já registrado na história, de acordo com o programa de observação europeu Copernicus. A média mensal de temperatura do ar global foi 1,7ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900).

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