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Litoral do Paraná entra nesta 4ª no mundo do petróleo

Imagem: Não Fracking Brasil

A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) licita, nesta quarta-feira (27), 23 blocos de exploração de petróleo e gás no Litoral do Paraná.

Eles estão incluídos na 14ª Rodada de Licitações. Ao todo serão ofertados 287 blocos onshore (terra) e offshore (mar). Entre eles, 76 blocos da bacia de Santos, que inclui os 23 situados totalmente ou parcialmente no Litoral do Paraná.

Estes blocos ficam fora da área do pré-sal e têm potencial de conter óleo fino, de valor comercial mais alto. A ANP estima uma arrecadação imediata de R$ 339 milhões aos cofres públicos, com o pagamento de bônus pela assinatura dos contratos de exploração, se todas os blocos forem arrematados.

A produção e exploração também deverá gerar impostos e arrecadação de royalties e participações especiais para o estado e municípios.

Em virtude do atual desenho das áreas territoriais marítimas, o Paraná não possui campos de petróleo e gás. Pode ser a entrada do Estado.

Impactos negativos

O lado ruim, segundo ambientalistas, é o impacto social e ambiental que a cadeia do petróleo provoca.

“Será o fim do nosso litoral e todo o complexo de ilhas que tanto lutamos para preservar, inviabilizando o turismo, aniquilando a economia dos pescadores e a vida marinha”, afirma Juliano Bueno de Araujo, coordenador de Campanhas Climáticas da 350.org Brasil e fundador da Coesus – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida.

Juliano alerta ainda que o edital divulgado pela ANP é omisso em relação às tecnologias que podem ser empregadas para a exploração.

Para ele, a ANP esconde da população quais os reais impactos que a indústria fóssil provoca. “Eles vêm com um discurso de geração de empregos, pagamento de royalties e desenvolvimento econômico. É só verificar o que acontece com os estados produtores de petróleo e gás para constatar o agravamento das desigualdades social e econômica, os casos de corrupção e a destruição ambiental. Não há nada de bom nessa exploração e temos que impedir que ela avance no país”, destaca.

“Não podemos permitir que isso aconteça em nosso litoral e em nenhum lugar do Brasil. Temos que deixar os hidrocarbonetos no subsolo e investir em energias renováveis para conter as mudanças climáticas. E tem que ser já, pois o planeta está em alerta e pode ser um lugar perigoso para nós humanos e todas as formas de vida”, finaliza Juliano.

A 14ª Rodada de Licitações também está ofertando blocos offshore no litoral de Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do sul. Em terra, estão sendo ofertados campos no Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia.

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