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Novas regras visam diminuir impacto dos visitantes no Pico Paraná

Plano de Uso Público Emergencial do Parque Estadual Pico Paraná traz novas regras de visitação e prevê, no futuro, a proibição de acampamento em alguns locais
Foto: Denis Ferreira Netto/Sedest

O Instituto Água e Terra (IAT) publicou a Portaria nº 470/2025 que determina o Plano de Uso Público Emergencial (PUP) do Parque Estadual Pico Paraná, entre Antonina e Campina Grande do Sul, que tem o ponto mais alto da região Sul do Brasil, com 1.877 metros de altitude.

De acordo com o IAT, as normas e diretrizes tem o objetivo de controlar a visitação para minimizar os impactos da presença do público, assegurando assim a preservação da unidade de conservação, a segurança dos visitantes e o ordenamento das atividades no local.

A elaboração do PUP contou com financiamento e apoio técnico do Programa Biodiversidade Litoral do Paraná, criado para gerenciar recurso da indenização da Petrobras por causa de um vazamento de óleo entre a Serra do Mar e o Litoral ocorrido em 2001.

Gradativamente

As novas regras serão aplicadas de forma gradual, conforme plano de ação estabelecido pelo PUP. Entre as diretrizes já em vigor estão o fechamento de clareiras para recuperação ambiental; cadastro obrigatório de visitantes; e a assinatura do Termo de Conhecimento de Riscos e Normas, contendo regras específicas sobre condutas permitidas.

Outras proposições, como limite ao número máximo diário de visitantes; reserva para acampamento/pernoite; utilização da placa de identificação na barraca; marcação de locais para instalação dessas barracas; e o número de equipamentos permitido por clareira ainda estão em estudo por parte do IAT e serão implementadas em um outro momento, de acordo com cronograma prévio estabelecido pelo próprio PUP.

Isso vale também para o cadastramento de guias e condutores ambientais que poderão atuar no parque, medida que será implementada com a publicação de regulamentação específica.

“O número de visitantes tem crescido exponencialmente e, com isso, gerado um grande impacto no parque. O Plano de Uso Público Emergencial serve para ordenar tudo isso, para que a visitação cause o menor impacto possível”, diz a chefe da Unidade de Conservação, Marina Gomes Rampim.

O texto completo do Plano de Uso Público Emergencial está disponível no site do IAT. Novas informações e atualizações serão publicadas conforme a implementação das medidas previstas no documento.

“Ressalta-se que, no momento, não há exigência de cadastro antecipado nem de reserva para acampamentos no Parque Estadual Pico Paraná. Todas as ações e implementações serão previamente e amplamente divulgados nos canais oficiais de comunicação do IAT”, destaca Marina. “O objetivo é assegurar que a visitação ao parque ocorra de forma responsável, garantindo o cuidado dos ecossistemas”, acrescenta.

Acampamento proibido e debate

No grupo do Facebook Montanhas e Trilhas no Paraná o montanhista @renatotravels divulga algumas das futuras mudanças que vão impactar os aventureiros:

  • “O Acampamento será proibido em alguns cumes, como: Pico Paraná, Caratuva, Tucum, União, Ibitirati e outros.
  • Locais Permitidos: Camapuã, Itapiroca, Abrigo 1, Abrigo 2, Siririca e Cerro Verde
  • O acesso às trilhas passa a ser limitado e também exige agendamento prévio.
  • Em dias de chuva não será permitido o acesso às trilhas, sendo liberado novamente após o período de 24h sem precipitação;
  • É obrigatório o uso de kit dejetos para coleta de resíduos (Shit tube com volume mínimo de 2 litros, cal virgem, jornal e sacola plástica) em pernoites e travessias.
  • Proibido fora dos locais estabelecidos pelo IAT;
  • Os condutores ambientais devem estar credenciados para atuar no Parque, conforme legislação vigente;
  • Os grupos guiados por condutores de visitantes devem ter, ao menos, 1 guia condutor a cada 4 visitantes;
  • Os grupos comerciais não devem exceder o número de 12 visitantes;
  • Para atividades de um dia, sem pernoite, cada grupo comercial de visitantes deverá portar pelo menos um kit dejetos.

A postagem gerou intenso debate entre os montanhistas. Leia: https://www.facebook.com/share/p/19kX8FYoEP/

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