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Agro do Paraná reprova gestão da Copel e sofre com prejuízos

"A situação é particularmente grave para os pequenos e médios produtores, que representam a maior parte (59,1%) do setor e dependem da energia elétrica para suas atividades." Artigo de Requião Filho Imagem: Divulgação do deputado Requião Filho O setor agropecuário do Paraná, pilar da economia estadual, demonstra crescente insatisfação com a gestão da Copel, segundo pesquisa recente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). A privatização da companhia, antes motivo de orgulho para os paranaenses, tem sido alvo de críticas e desaprovação, especialmente entre os produtores rurais. A pesquisa, realizada em março de 2024 com 514 produtores de diversas regiões e portes do estado, revela que a maioria (60,5%) está insatisfeita com o serviço prestado pela Copel. A principal queixa é a falta constante de energia elétrica, seguida pela demora na resolução de problemas e oscilações na rede. Quase 40% dos entrevistados relataram mais de 20 interrupções no fornecimento de energia no último ano, com 50,6% deles afirmando que o tempo de reestabelecimento do serviço ultrapassou 5 horas, agravando os prejuízos. Essas interrupções resultaram em perdas financeiras significativas, com 41% dos produtores relatando queima de equipamentos e 27,2% perda de produção. Pequenos Produtores e a Energia Trifásica: Promessas não Cumpridas A situação é particularmente grave para os pequenos e médios produtores, que representam a maior parte (59,1%) do setor e dependem da energia elétrica para suas atividades. A falta de energia causa perdas financeiras significativas, comprometendo a produção e a qualidade dos produtos, além de impactar a segurança alimentar da população. Metade dos produtores que relataram problemas não foram indenizados pela Copel, e entre os que receberam indenização, 58,8% consideraram o processo lento ou muito lento. A promessa de modernização e do "Paraná Trifásico", alardeada pelo governo, não se concretizou para muitos produtores rurais. A pesquisa mostra que 43% ainda não possuem sistema trifásico, especialmente nas regiões sudoeste, oeste e leste do estado. Lucro Acima de Tudo: A Real Prioridade da Copel Privatizada Enquanto isso, a Copel, agora sob controle privado, prioriza o lucro dos acionistas em detrimento da qualidade do serviço e do atendimento às necessidades dos consumidores, como evidenciado pelos 75,5% dos entrevistados que consideram as tarifas da Copel caras. A privatização da Copel, defendida pelo governador Ratinho Júnior como uma solução para modernizar a empresa, tem se mostrado um retrocesso para o setor agropecuário e para a população paranaense. A busca desenfreada por lucros tem levado a tarifas mais caras, dividendos exorbitantes para os acionistas e a compra de energia de pequenas e médias geradoras a preços acima da média do mercado. Enquanto o governo celebra acordos suspeitos com empresas fornecedoras de uniformes escolares e ignora as demandas do setor agropecuário, os produtores rurais sofrem com os prejuízos causados pela falta de energia e pela má gestão da Copel. A insatisfação é crescente e a busca por alternativas de fornecimento de energia se torna cada vez mais urgente. Afinal, o agro do Paraná, com seus produtores majoritariamente minifundiários e acima de 60 anos, não pode ficar refém dos interesses de poucos em detrimento do desenvolvimento do estado e do bem-estar da população.

Ratinho quer terceirizar a Educação porque não sabe administrar o Estado

"Temos visto Centros de Educação, com mais de 80 anos de história, com restrição de matrículas nos cursos técnicos subsequentes ao Ensino Médio, por pura má vontade do governo estadual." Artigo de opinião de Requião Filho Requião Filho é deputado estadual do Paraná | foto: Eduardo Matysiak Para que serve a Escola Pública? A função social da unidade escolar gratuita está focada no desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do indivíduo, de modo a capacitá-lo a tornar-se um cidadão participativo na sociedade. Uma definição bonita, coerente, digna de bons gestores públicos. Mas não é o caso do Paraná, que tenta, a qualquer custo, dar lucro para financiadores de campanha e amigos do governador, do que de fato investir no que realmente importa; o desenvolvimento das pessoas! Enquanto o governo abre mão de investir na escola pública e capacitar educadores, porque vê na educação um gasto – não um investimento – o Paraná vai retrocedendo em anos de lutas e conquistas. E este patrimônio imaterial é o maior serviço público prestado aos paranaenses, que vem sendo negligenciado nos últimos anos. São mais de 2200 escolas, com cerca de 1 milhão de estudantes, 25 mil funcionários(as) e 65 mil professores(as) largados à própria sorte. Temos visto Centros de Educação, com mais de 80 anos de história, com restrição de matrículas nos cursos técnicos subsequentes ao Ensino Médio, por pura má vontade do governo estadual. E essa medida afeta diretamente a comunidade, limitando o acesso à educação profissionalizante de qualidade e reduzindo as oportunidades de trabalho e renda para jovens e adultos. Essa medida impacta negativamente o desenvolvimento social e econômico do Paraná. Afinal, é obrigação do Estado atender bem e financiar a Educação com dinheiro público, prevendo como único lucro uma sociedade mais justa, alfabetizada e desenvolvida. É uma premissa! Mas então, se o governador não sabe fazer, por que foi eleito? Boa pergunta… Agora, as consequências de termos eleito um governador de fachada, que vê o Estado como Empresa Privada, onde tudo o que não se sabe fazer, se terceiriza, vai deixar marcas irreversíveis. E essa tendência entreguista que já afetou nossa rede de internet, a energia elétrica, e que ameaça o saneamento básico e até o tratamento da água, agora está na porta das escolas públicas. Eis o jeito Ratinho Júnior de administrar o que não sabe, tendo como única opção entregar para o setor privado fazer por ele. A terceirização pode gerar diversas vantagens, mas quando é usada dentro da estratégia de negócio das empresas. Só que o Paraná não é uma empresa, é um ente público. E se para as empresas a terceirização representa eficiência e competitividade, para o Estado é retrocesso, descaso e lucro direcionado aos amigos do rei. Quem ganha não é o paranaense e sim, um pequeno grupo de empresários com interesses em cobrar pela educação que deveria ser gratuita, altruísta, genuína e cidadã. A partir do momento em que for aprovado o projeto que privatiza 200 escolas públicas no Paraná, a empresa prestadora do serviço é quem fará a gestão administrativa, de segurança, será responsável pelo mobiliário e materiais escolares, internet e equipamentos de informática, e será responsável pela seleção e contratação de professores e profissionais temporários. O caminho pode ser revertido, ainda há tempo para o debate. Mas é preciso comprometimento dos deputados que vão avaliar esse projeto. Senão, as consequências disso serão desastrosas e irreversíveis. Aliás, tentar consertar esses erros todos poderá representar um impasse gigante aos próximos gestores. Salve-se quem puder!