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Parceria quer introduzir biofertilizante na bananicultura no Litoral

Foto de Arquivo do Correio do Litoral / Gustavo Aquino | 14jun2017

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ligada ao ministério, vão apoiar um projeto para desenvolver soluções sustentáveis para a bananicultura no Litoral do Paraná, entre elas a dos biofertilizantes.

Com o apoio do governo federal, diversas instituições como Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química (IST-MQ), o Observatório Sistema FIEP, a Fundação Grupo O Boticário e a Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia (Aopa) vão desenvolver soluções tecnológicas e mercadológicas visando enfrentar os desafios da cadeia produtiva da banana.

O projeto será executado em cinco dos sete municípios que compõem o litoral paranaense: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Morretes e Paranaguá.

A bananicultura é uma das principais atividades agrícolas da região – a principal em Guaratuba, maior produtor da fruta no Paraná. De acordo com João Luiz Andreotti Dagostin, analista do IST, o cultivo convencional associado à larga utilização de defensivos, uso de fertilizantes químicos e outros fatores de produção preocupam pelo considerável impacto ambiental nas Áreas de Preservação Ambiental (APAs). “É imprescindível que haja uma transformação local por meio de intervenções sustentáveis nas atividades dos produtores rurais, com aumento das perspectivas de rentabilidade pela atividade”, afirma.

Segundo o profissional, por ser um fruto climatérico (aquele que inicia o processo de amadurecimento após a colheita e que é de rápida maturação), deve existir um rigoroso controle relacionado ao escoamento ou estocagem da banana. 

Considerando isso, o produtor deve estar apto a destinar rapidamente sua colheita aos centros de beneficiamento ou estocar o produto em câmara fria para aumentar o tempo de espera antes do transporte.

Alternativas sustentáveis

O principal objetivo do projeto é transformar a produção de banana por meio da criação de biofertilizantes a partir dos resíduos da fruta, contribuindo para uma economia circular e mais sustentável. O biofertilizante é um adubo orgânico líquido que contém organismos e micro e macronutrientes que melhoram a saúde das plantas, deixando-as mais resistentes ao ataque de pragas e doenças. 

“A produção de biofertilizantes se torna uma alternativa sustentável pois permite a reciclagem de resíduos que por muitas vezes não são descartados adequadamente e promovem a proliferação de vetores de doenças, causando maus odores e entre outros problemas”, afirma Dagostin.

Além disso, serão desenvolvidos protocolos de produção, armazenamento e uso do biofertilizante, capacitando produtores para sua aplicação eficaz. A iniciativa visa também criar produtos de biomassa de banana verde, ampliando o leque de produtos derivados e aumentando a rentabilidade dos produtores.

“A geração de biomassa diminui problemas relacionados ao volume de frete, aumenta a vida útil do alimento e agrega valor econômico. É um produto com apelo nutricional e que não incorpora aditivos artificiais em sua composição, alinhando-se às premissas da cadeia agroecológica”, explica.

Outro aspecto importante do projeto é a implementação de soluções digitais para mapear e promover a cadeia produtiva da banana. Isso inclui o desenvolvimento de uma plataforma digital que conecte produtores, produtos e conhecimento, facilitando a comercialização e o acesso a mercados. Esta abordagem tecnológica não apenas moderniza a produção, mas também gera empregos de alto valor agregado, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região.

Preservação dos ecossistemas locais

O impacto ambiental positivo é uma prioridade, considerando que a região do litoral paranaense é rica em Áreas de Preservação Ambiental (APAs) e está localizada na Grande Reserva Mata Atlântica. A migração de sistemas convencionais para agroecológicos, a redução do uso de defensivos químicos e a implementação de práticas sustentáveis são estratégias essenciais para a conservação dos ecossistemas locais. 

Além disso, a produção de biofertilizantes a partir de resíduos agrícolas não só recicla recursos valiosos, mas também melhora a saúde do solo e das plantas, aumentando a produtividade agrícola de maneira sustentável.

Com o objetivo de capacitar as comunidades locais, o projeto inclui ações de formação e assistência técnica, garantindo que os produtores rurais estejam preparados para adotar as novas tecnologias e práticas sustentáveis. Esta capacitação é fundamental para a continuidade e sucesso do projeto, promovendo uma agricultura mais responsável e eficiente, que respeita o meio ambiente e contribui para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores e suas famílias.

Fonte: Senai

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