Guaratuba tem oficinas gratuitas de graffiti e breaking neste fim de semana

O Complexo Poliesportivo de Guaratuba será palco, neste fim de semana, de mais uma edição do Escola de Rua — projeto cultural que promove oficinas gratuitas e encontros para fortalecer a identidade, a expressão artística e o protagonismo da juventude periférica a partir dos elementos do hip hop.
No sábado (16), das 14h às 18h, a artista Yasmin100vulgos ministra a Oficina de Graffiti, com participação especial das artistas convidadas Eloá100horas, Nico Santos, Nafé e MTL. Os interessados devem se inscrever neste formulário ou no dia. No mesmo dia, das 15h às 18h, a B-girl Kaw Black conduz a Oficina de Breaking.
Já no domingo (17), das 13h às 16h, o B-boy Stuart fará outra oficina, compartilhando fundamentos e movimentos da dança de rua. Quem estiver no local vai poder vivenciar, ainda, a potência do Slam Ressoa, parceiro do evento, às 16h, com a batalha de poesia falada que dá voz e espaço para expressões artísticas marginais. O Sarau Slam Ressoa dá sequência às atividades até as 19h.
Um espaço de pertencimento e transformação
Fundado em Abelardo Luz (SC), o coletivo Escola de Rua chegou a Guaratuba com a proposta de oferecer um espaço acessível e acolhedor para que jovens desenvolvam e profissionalizem habilidades artísticas, fortaleçam vínculos comunitários e ampliem a visão crítica sobre a sociedade.
“Criamos um ambiente no qual o jovem se identifica enquanto indivíduo e, ao mesmo tempo, sente-se parte viva da comunidade. Ele pode se expressar e transcender as problemáticas de sua realidade, encontrando no hip hop uma linguagem própria e libertadora”, afirma Deyvid Soboleski, arte-educador, poeta e um dos fundadores do coletivo.
Oficinas anteriores abordaram temas como freestyle, hip hop e sociedade, e até o fim do ano incluirão poesia, desenho, serigrafia e rimas de mulheres.
Sempre aberta ao público e gratuita, a iniciativa conta com apoio popular, parcerias com artistas do litoral paranaense, doações, patrocínios e projetos aprovados por leis de incentivo. Mais do que encontros pontuais, cada oficina integra um universo cultural amplo, que é a base do Escola de Rua.

A força dos elementos do hip hop
A cultura hip hop, que inspira o trabalho do coletivo, é tradicionalmente formada por quatro elementos: MC (Mestre de Cerimônias), que expressa rimas e poesias faladas; DJ, responsável pelas batidas e mixagens; graffiti, arte visual que ocupa e ressignifica os espaços da cidade; e breaking, dança urbana marcada por técnica e expressão corporal.
Nos últimos anos, artistas e pesquisadores passaram a reconhecer também um quinto elemento: o conhecimento — entendido como consciência social, história e educação —, que conecta e fortalece todos os outros. É a partir dele que o Escola de Rua trabalha.
Juventude e cultura como força transformadora
Segundo dados do Censo 2022, 33% da população guaratubana tem entre zero e 24 anos — e a falta de espaços culturais permanentes voltados a esse público reforça a importância do projeto.
“O hip hop é mais que arte: é conhecimento, identidade e transformação social. Queremos fortalecer o pertencimento e criar oportunidades para que a juventude possa ser protagonista de sua própria história”, diz a produtora cultural e poeta marginal Monica Andrade Luz.
O Escola de Rua do Paraná é um projeto aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, Ministério da Cultura – Governo Federal.
Escola de Rua – Oficinas de Graffiti e Breaking gratuitas
Local: Complexo Esportivo de Guaratuba
Oficina de Graffiti – 16/08, das 14h às 17h, com Yasmin100vulgos. Inscrições neste formulário.
Oficina de Breaking – 16/08, das 15h às 18h, com B-girl Kaw Black
Oficina de Breaking – 17/08, das 13h às 16h, com B-boy Stuart
Final da Regional Slam Ressoa – 17/08, às 16h
Sarau Slam Ressoa – 17/08, 17h30 às 19h
Integram o Escola de Rua do Paraná:
Broo Evenin, fundadora escola de rua, arte educadora, produtora cultural, artista visual e poeta;
Deyvid Soboleski, fundador do coletivo escola de rua, arte educador, poeta e produtor cultural;
Junior Allves, ilustrador, desenhista, arte educador, músico e produtor cultural;
DiOxum Beats, MC, arte educador, rapper, poeta e produtor cultural;
Consolean, MC, rapper, arte educador, e produtor musical;
D.N.S., MC, rapper, arte educador, e produtor cultural;
Lígia Klein, escritora, arte educadora, professora e pedagoga;
Maria Cavazotti, arte educadora, professora e pedagoga;
Maluz, poeta, arte educadora e produtora cultural.

Texto: Rafaela Moura