Peixe que alimenta animais marítimos em reabilitação vem de empresa social

Você sabe de onde vêm os alimentos servidos aos animais debilitados encontrados nas praias do Paraná? A pergunta foi feita pela equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR para divulgar outro importante projeto que existe no Litoral do Paraná.
O LEC-UFPR realiza o Programa de Monitoramento das Praias do Paraná e sua sede é no Centro de Estudos do Mar, em Pontal do Paraná. A equipe formada por veterinários, biólogos e outros profissionais faz o resgate e o tratamento de animais encontrados na costa.
Durante o período de reabilitação das aves e mamíferos marinhos, a alimentação servida vem da empresa Olha o Peixe!. É uma empresa social que apoia 12 comunidades pesqueiras, atingindo diretamente 114 famílias de pescadores artesanais. Já ajudou a comercializar mais de 72 toneladas de pescado.
A Olha o Peixe! atua principalmente em Pontal do Paraná, mas tem parcerias com diversos pescadores de Guaratuba, Paranaguá e Guaraqueçaba.
A empresa social preza pela qualidade do pescado, pelo respeito ao meio ambiente em todo o processo e pelo pagamento justo aos pescadores.
Ao vender seus produtos para a Olha o Peixe!, os pescadores recebem valores bem acima dos praticados pelo mercado. Em alguns casos, a renda mensal dos pescadores aumentou em até 200%. Do preço para o consumidor final, 60% do dinheiro vai para o pescador, o restante para a empresa.
O projeto busca o aproveitamento de pescados que geralmente são descartados ou pouco aproveitados no comércio em geral, conhecida como “fauna acompanhante”.
Os pescadores usam redes para capturar espécies-alvo (nesse caso, principalmente a pescadinha-bembeca e a betarinha), contudo outras espécies são também capturadas (como a maria-luísa e o cangulo). Essa fauna acompanhante é composta pelas espécies de peixes ideais para a alimentação de animais em tratamento e a Olha O Peixe! passou a comprar os peixes e destiná-los ao LEC.
A parceria tem contribuído com a geração de renda às famílias dos pescadores e com a valorização da produção local (que substitui espécies anteriormente compradas congeladas de outras regiões), além de reduzir o desperdício de pescados e trazer a oportunidade de estreitar os laços entre ações de conservação e pesca.
