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Pesquisadores acompanham terceira desova de tartaruga em Pontal do Sul

Imagens Fernanda Dorta, Gabriel Fraga e Renata Soares /LEC – UFPR

A equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação acompanhou na madrugada desta quinta-feira (5), mais uma desova da tartaruga-gigante em Pontal do Sul, Pontal do Paraná, próximo ao local dos ninhos anteriores.

“Todas as imagens foram feitas com luz vermelha por causar menor estresse ao animal e, com isso, não interferir na nova desova”, informa o LEC, que explica que “a equipe se aproximou da tartaruga somente no momento de deposição dos ovos, quando ela está totalmente concentrada na postura e não reage à presença dos pesquisadores”. No total foram 93 ovos viáveis e 16 não viáveis.

“Existe um grande risco da tartaruga desistir de desovar ou mesmo abandonar o procedimento e retornar para água caso se sinta ameaçada, então, evitamos ao máximo qualquer contato antes do ‘transe da desova’, para garantir que a tartaruga realize todo o procedimento de postura e retorne ao mar em segurança”, explicou a bióloga Liana Rosa, que coordenou a operação.

Os ovos foram transferidos do local depositado porque parte do ninho já estava em contato com a água, o que inviabilizaria o desenvolvimento dos embriões. Segundo a equipe, a praia de Pontal do Sul é bastante plana e o lençol freático é superficial, ou seja, em maré cheia ou com volume maior de chuva (o que é comum no verão) o ninho ficaria encharcado e não haveria desenvolvimento de filhotes.

A desova foi transferida para uma área previamente escolhida nas primeiras dunas que antecedem a restinga, próximo ao campus da UFPR – Centro de Estudos do Mar. Assim que clareou o dia, os pesquisadores providenciaram um cercado de incubação que será diariamente monitorado pelo LEC/UFPR e protegerá os ovos. “O que espera-se com a transferência dos ovos para esta área é que tenhamos condições ambientais mais apropriadas para o nascimento dos filhotes, complementa a bióloga.

A tartaruga-gigante também é conhecida como tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Na primeira desova, no dia 31 de dezembro, sua presença no Litoral do Paraná foi considerado um fato raro pelos pesquisadores do LEC. A segunda desova, que então era esperada, aconteceu no dia 9 de janeiro.

De acordo com a classificação do Ministério do Meio Ambiente é uma espécie criticamente em perigo de extinção.

Fonte: LEC -UFPR

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