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Pinguins voltam à natureza depois de tratados na UFPR


 
A equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC), do Centro de Estudos do Mar da UFPR, devolveu ao mar 16 pinguins, nesta quarta-feira (5), em uma praia de Pontal do Paraná.

Os animais foram encontrados pelo grupo de monitoramento e por outras pessoas e encaminhados ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha (CReD), onde receberam tratamento e se recuperaram para retornar ao meio ambiente.

No inverno, é comum ocorrer encalhes de animais marinhos nas praias e este ano foi marcado pelo maior número de encalhes de pinguins vivos: 49. O primeiro pinguim chegou ao Centro de Reabilitação no dia 16 de junho e, na sequência, outros indivíduos chegaram com diferentes problemas e de formas distintas. “O que havia de comum nas histórias deles é que todos estavam debilitados ou até mesmo machucados por conta de interações com atividades pesqueiras ou pela ingestão de lixo”, conta a bióloga responsável Camila Domit.

Dos 49 resgatados, 16 se reabilitaram, passaram pelo tratamento completo e foram devolvidos ao habitat natural. No CReD eles receberam conforto térmico, medicação e alimentação adequada até obterem a massa corporal mínima de 3,5 quilos. “Depois de todo esse período de cuidado e de empenho da equipe, conseguimos reabilitar esses animais e deixá-los aptos para se alimentarem no ambiente natural e executarem todos os movimentos de natação necessários para retornarem à região de origem”, revela Camila. Os pinguins receberam microchips identificadores e licença ambiental para a reintegração ao meio ambiente.

Pinguins recebem microchip com identificação. Imagens: LEC/UFPR

Os animais, da espécie pinguim-de-magalhães, são originários do sul da Argentina e aparecem ao longo da costa sul e sudeste brasileira ao se deslocarem, no período de inverno, em busca de alimento. A recomendação é que a soltura ocorra com um grupo mínimo de 10 pinguins e que seja realizada até o mês de dezembro, momento em que as correntes marinhas ajudam no retorno deles ao local de origem.

Para a bióloga responsável, esse momento de retorno dos animais à natureza proporciona uma sensação de alegria e de dever cumprido a todos que participam do processo. “Agora estamos com muita fé e esperança que eles conseguirão fazer o caminho de volta para as suas áreas reprodutivas, ao sul da Patagônia Argentina, para que encontrem as correntes certas e não se deparem com redes de pesca ou atividades humanas que possam causar danos à saúde deles”.

O LEC orienta aqueles que avistarem animais marinhos mortos ou debilitados a entrarem em contato com a equipe pelo telefone: 0800 642 3341.

Fonte e imagens: PMP-BS/LEC/CEM/UFPR
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