Prefeitura de Garuva mantém recomendação contra uso do rio São João
A Prefeitura de Garuva (SC) informa que relatório da análise das águas e da fauna do rio São João, elaborado pelo município a partir de amostras coletadas entre os dias 16 e 17 de fevereiro, apontam a presença de substâncias químicas dentro dos parâmetros de segurança permitidos pelo Ministério da Saúde.
“Foram analisados parâmetros de uma longa lista de substâncias que oferecem algum risco à saúde humana se estiverem acima da concentração máxima permitida, segundo critérios fixados pelo Ministério da Saúde”, informa a prefeitura.
Entre os produtos detectados, foram constatadas a presença de cromo, arsênio e alumínio, por exemplo. Caso essas substâncias estivessem acima do limite, a água seria considerada imprópria. Essas substâncias podem ser decorrentes de outros acidentes com produtos químicos, no Rio São João.
A Secretaria de Saneamento Ambiental ainda analisa possíveis riscos oferecidos pela combinação de diferentes substâncias na água, mesmo que estejam dentro do limite permissível pela legislação vigente.
Por este motivo, o município irá continuar com a recomendação para a não utilização da água para consumo, banho e pesca, seguindo a Portaria nº 1.002/2018, do Ibama. De acordo com esta portaria, um cronograma de novas análises de água, solo e fauna do rio São João serão realizados até o mês de agosto, para então, ser emitido laudo técnico para liberação ou não da utilização das águas do rio.
“Ressaltamos que a captação e distribuição de água, não ocorre no rio São João e por este motivo, não há riscos à saúde, na água fornecida aos consumidores do município”, diz a prefeitura. A Secretaria de Saneamento Ambiental emitirá, até o final do mês de março, o relatório conclusivo sobre o acidente ocorrido no último dia 16 de fevereiro.
Interdições
O rio São João nasce em Guaratuba, na Serra do Mar, segue para Garuva e retorna a Guaratuba, desembocando na baía.
No trecho do rio São João em Guaratuba esteve interditado pelo Instituto Água e Terra (IAT), entre 13 de fevereiro de 2021 e 25 janeiro de 2022 devido a um derramamento de um fungicida em um afluente na Serra do Mar. Poucos dias depois da liberação, no dia 16 de fevereiro, outro acidente na BR-376 provocou contaminação no rio com uma substância contendo ácido sulfúrico residual. O rio foi novamente interditado pelo IAT.
A interdição pelo Ibama, órgão federal, está em vigor desde 2018. No dia 6 de abril daquele ano, houve um acidente no Km 675 da BR-376, entre as localidades do Rio Bonito e Pedra Branca do Araraquara, em Guaratuba. Foram derramados cerca de 30 mil litros de óleo diesel e 7 mil litros do produto Osmose K33 (Arseniato de Cobre Cromatado), produto utilizado na preservação e tratamento de madeira bruta, com elevada toxidade.
A Portaria nº 1.002/2018 foi assinada no dia 11 de abril.