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Projeto de turismo na baía e outros ganham fôlego

Dois anos após ser criado, o projeto Mutirão – Mais Cultura na UFPR ganhou novo fôlego, com a liberação de mais uma parcela de recursos dos ministérios da Cultura e da Educação.

Os recursos permitiram articular atividades de extensão já desenvolvidas por vários setores em diferentes localidades do litoral do Paraná. A proposta aprovada envolve docentes, técnicos e estudantes de diferentes formações, como também associações de comunidades quilombolas, guaranis, pescadores artesanais e agricultores

A professora Ana Josefina Ferrari, do curso de Licenciatura em Linguagem e Comunicação, foi responsável pela articulação da proposta no Setor Litoral no edital Mais Cultura. “O diferencial do projeto é que o conhecimento e o modo de vida das 15 comunidades tradicionais que são parceiras no projeto dialogam em igualdade com os conhecimentos universitários”, explica Ana Josefina.

Um dos projetos apoiados, o Turismo de Base Fortalecimento do Empreendedorismo, da Inovação e Gestão Familiar do Turismo de Guaratuba, coordenado pela professora do curso de Gestão em Turismo Beatriz Cabral, teve suas atividades expandidas com o aporte dos recursos.

“Foi possível realizar o curso de extensão Anfitriões da Baía de Guaratuba, de forma itinerante, nas diferentes localidades da Baía; promovemos uma oficina de construção de canoa de um pau só, que valorizou o conhecimento tradicional, do senhor Aroldo Cordeiro de Freitas, uma das poucas pessoas que detém esse conhecimento atualmente; e também propiciamos aos cursistas experienciar roteiros comunitários da Rede Caiçara de Paranaguá”, relatou Beatriz.

Foto: Leandro Ruiz Perez

Ainda foram aplicados recursos no desenvolvimento de um site e na contratação de uma assessoria de marketing para promover o turismo de base familiar. “Essas ações estão sendo essenciais para que o processo de comercialização dos roteiros turísticos, que visa à geração de renda para as famílias anfitriãs”, continuou Beatriz.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, professor Leandro Gorsdorf, considera que tanto a universidade quanto a comunidade saem ganhando nessa relação universidade-litoral, uma vez que se resgata e amplia o conhecimento notório de algumas figuras, como, por exemplo, os mestres do fandango. “Nós queremos que a universidade seja uma caixa de ressonância dessas culturas. O fandango, o carnaval de Antonina, a produção de instrumentos próprios dessas áreas. Queremos que isso reverbere para todo o Estado”, afirma.

Atividades desenvolvidas até agora:

Curso de Extensão Anfitriões da Baía de Guaratuba

Oficina de Autoria compartilhada

Intercâmbio Aprendendo com a Rede Caiçara de Paranaguá

Participação em reuniões do Comitê Provisório de Salvaguarda do Fandango Caiçara (Cananéia)

Articulação com o projeto Artesanias Caiçaras (IPHAN/Associação Mandicuera) Vivência na Festa do Divino Espírito Santo na Barra do Ararapira

Participação de professores e bolsistas no evento II Encontro de Comunidades litoral realizado em Antonina pelo projeto Mutirão – Mais cultura UFPR

Articulação junto ao Núcleo de Design da UFPR para elaboração do projeto Design Centrado no Humano – Projetos para a comunidade Mbya Guarani, atividades de campo junto a comunidade Mbya Kuaray Haxá

Participação na viabilização do evento VII Festa do Fandango – Paranaguá

Participação na elaboração do programa de gestão dos bens culturais tombados, valorados e registrados – Programa de Fortalecimento da Salvaguarda do Fandango Caiçara, no contexto da ampliação do terminal de Contêineres de Paranaguá.

Formação de professores contadores de história: Simpósio Saberes Fronteiriços e Práticas Literárias; Práticas literárias descoloniais; Transformando a dor em exercício de fala: memória, contranarrativa e vulnerabilidade social em textos de Conceição Evaristo; Memória poética quilombola: a poesia de Ilton Gonçalves, poeta quilombola de Batuva/ Guaraqueçaba Paraná; Conversa com o Poeta quilombola Ilton Gonçalves.

Participação no III Simpósio internacional de Literatura Negra Ibero – americano

Fonte: UFPR / Aline Gonçalves e Dafne Salvador

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