Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Simepar prevê outono ameno, com alguns dias quentes

Foto: José Fernando Ogura / Arquivo AEN

O outono tem início à 0h06 desta quarta-feira, 20 de março, e termina às 17h51 de 20 de junho. Segundo a previsão do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o primeiro dia da estação no estado será abafado e quente, o que favorece a formação de áreas de instabilidade a partir do período da tarde.

O tempo fica parcialmente nublado com pancadas de chuva isoladas e trovoadas. A menor temperatura prevista é 19 ºC em Guarapuava. A maior – 25 ºC – deve ocorrer em Paranaguá, Guaíra e Foz do Iguaçu.

O cenário climático global indica dissipação do fenômeno El Niño, que predominou durante o verão. Entra em cena La Niña, fenômeno climático que caracteriza o resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial até atingir o ápice na primavera.

Com base no cenário climático global descrito, o prognóstico climático durante o trimestre abril a junho de 2024 para o Paraná é:

●         O outono será marcado pela dissipação do fenômeno climático El Niño e a partir do final da estação e no inverno, as águas do Oceano Pacífico Equatorial vão entrar em processo de resfriamento, evoluindo na sequência para um episódio La Niña.

       A temperatura média do ar está prevista ficar próxima à ligeiramente acima da média climatológica para os próximos três meses, com exceção da região Litorânea que vai acompanhar a climatologia. Ao longo da estação ainda estão previstos períodos com vários dias consecutivos de temperaturas elevadas, acima da média, para a época do ano.

●         A precipitação no Paraná vai acompanhar a climatologia na região Leste (Região Metropolitana de Curitiba e Litoral) e ficar próxima a abaixo da normal climatológica nas demais regiões paranaenses. Faz parte da climatologia da estação a atuação de veranicos (vários dias consecutivos sem ocorrência de chuva), a formação de nevoeiros e ocorrência de geadas nas regiões mais altas do Estado como Sul, Centro-Sul e Campos Gerais, quando da entrada de massas de ar com características polares a partir da segunda quinzena de abril.  

Tabela – Valores médios históricos de chuva (faixa de variação), temperaturas do ar mínimas e máximas para cada região do Paraná nos meses de abril, maio e junho | fonte: Simepar

Climatologia – O outono paranaense caracteriza-se pela redução no volume de chuvas em relação ao verão, causada pelo deslocamento de massas de ar frio e seco. Maio costuma ser o mês mais chuvoso. A direção predominante do vento médio do Sul para o Norte do continente favorece a entrada de sistemas de alta pressão atmosférica. Aumenta o intervalo entre as chuvas, associadas à passagem de frentes frias. Os maiores volumes ocorrem habitualmente nas regiões Sudoeste e Oeste. Os menores são registrados no Norte.

Ao longo da estação, as massas de ar frio e seco provenientes da Antártica e/ou do Sul da América do Sul avançam em direção ao Paraná, causando a queda das temperaturas e períodos frios. Formam-se geadas nas regiões mais altas – Sul, Centro-Sul e Campos Gerais. Em www.simepar.br estão disponíveis informações atualizadas sobre as condições do tempo no quadro Palavra do Meteorologista. Pode ser consultada a previsão para até quinze dias por município e região do Paraná. Também podem ser visualizadas imagens de satélite, radar, raios, modelo numérico e telemetria (temperaturas e chuvas). Previsões são divulgadas diariamente no podcast Simepar Informa.

Agrometeorologia – “Principal cultura do outono paranaense, o milho segunda safra deve ter bom desenvolvimento e boa produtividade, exceto se ocorrer algum evento meteorológico extremo, como geada precoce ou veranico intenso”, afirmam as agrometeorologistas do Instituto de Desenvolvimento Rural – IDR-Paraná, Ângela Beatriz Costa e Heverly Morais. O risco de danos foi reduzido pela antecipação da semeadura. A cultura do feijão segunda safra também pode ser afetada negativamente em caso de escassez de chuva e frio precoce intenso, pois é sensível à geada e à restrição hídrica, apesar do ciclo ser mais curto.

Segundo as pesquisadoras, havendo previsão de geada, as olerícolas e os cafeeiros precisam de proteção por serem extremamente sensíveis a baixas temperaturas. “O cenário previsto de frio e estiagem também é crítico para a manutenção da massa verde das pastagens, podendo dificultar a alimentação dos animais e o manejo dos rebanhos, aumentando custos para complementar a alimentação com silagem e ração”, avaliam. A cultura do trigo deve se desenvolver normalmente por ser adaptada ao outono/inverno e tolerante a veranicos e eventuais episódios de frio intenso.

Alerta geada – Em maio entra em operação o serviço Alerta Geada, desenvolvido pelo IDR-Paraná e Simepar. Os informes abrangem todas as regiões do Paraná por categorias de intensidade de geada: fraca, moderada ou forte. As mensagens são disseminadas por celular e e-mail para usuários cadastrados, com antecedência de 72, 48 e 24 horas.

Fonte: UFPR / Valéria Prochmann / Simepar

Leia também