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Entregue projeto alternativo à nova rodovia de Pontal do Paraná

Imagens: OJC

Dois projetos que representam modelos de desenvolvimento bem distintos foram mostrados, nesta sexta-feira (23), para prefeitos do Litoral, secretários de Estado, representantes de diversos órgãos públicos e promotores de justiça.

A reunião foi convocada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e aconteceu pela manhã, no Palácio Iguaçu, sede do governo. Também foram debatidos outros projetos para públicos e privados para curto, médio e longo prazos: trapiches, dragagens de canais, engorda das praias, a ponte sobre a baía de Guaratuba, a BR-101, a duplicação da PR-407, uma nova estarda para Antonina a partir da BR 277, a estrada de Guaraqueçaba (PR-405), a atracagem de navios de cruzeiros no porto de Paranaguá ou na Ilha das Cobras, a construção de marinas e bases náuticos, uma nova ferrovia na Serra do Mar, o Porto de Pontal e o Aeroporto de Paranaguá.

Sobre os projetos viários para Pontal do Paraná. Um deles é do governo Beto Richa e vem sendo defendido no governo Ratinho Junior: a rodovia paralela à PR-412, em Pontal do Paraná, que ligaria a PR-407 ao novo terminal privado Porto Pontal.

O outro, é uma ideia defendida por organizações ambientalistas, que teve o estudo financiado coletivamente, por uma vaquinha online no portal Benfeitoria. Em vez de viabilizar economicamente um porto, o projeto dos ambientalistas estimula o turismo ecológico e o cicloturismo.

“É a primeira proposta de desenvolvimento alternativo para o litoral do Estado apoiada pela sociedade civil, e não imposta por empresários interessados em lucrar às custas da população e do que restou do patrimônio natural em nosso Estado”, diz Giem Guimarães, diretor-executivo do Observatório de Justiça e Conservação (OJC), uma das entidades que integram a campanha #SalveAIlhaDoMel.

A alternativa prevê a construção da chamada “Ciclo-Rodovia Interpraias”, com mais de 50 quilômetros de ciclovias que interligariam dezenas de municípios, praias e ilhas, além de cicloparagens e mirantes turísticos, que estimulariam a contemplação da natureza e a educação ambiental.

O projeto conta ainda com estruturas para estímulo, valorização e comercialização de produtos locais e outras soluções que facilitariam o fluxo de moradores, ciclistas e pedestres na região.

A proposta também prevê melhorias na PR-412 que sejam capazes de desafogar o trânsito na via. O anteprojeto propõe duplicações de alguns trechos, a construção de ciclovias para viabilizar o trânsito de moradores e turistas que utilizam bicicletas, pontes para travessia de pedestres e rotatórias que facilitariam a dinâmica dos deslocamentos.

“O litoral do Paraná tem um dos maiores potenciais para o turismo de natureza do Brasil, mas até hoje não recebeu investimentos honestos e expressivos no setor”, defende Clóvis Borges, diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), outra entidade que apoia a campanha #SalveAIlhaDoMel.

“A região salvaguarda uma das últimas porções bem conservadas de Mata Atlântica em bom estado de conservação do mundo. Esse bioma está em extinção. Já foi reduzido para menos de 7% em relação à área original. Permitir a construção de mais um porto no litoral do Paraná é apoiar o desmonte social e ambiental de uma das regiões mais singulares do Brasil, desperdiçando o potencial único que acumula para a geração de emprego e renda muito mais vantajosa e inteligente que o turismo pode oferecer”, completa.

O Observatório destaca que “estudos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e de empresas ligadas ao setor indicam que o porto de Paranaguá, por exemplo, opera com cerca de metade da capacidade”.

Correio do Litoral com informações do OJC/Conexão Planeta

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