A última Carta da Mata
Com esta, encerro a minha série “Cartas da Mata Atlântica”, iniciada no início de outubro de 2005. O fato da série completar exatamente onze anos possibilita uma avaliação precisa: do total das cartas, 41 foram distribuídas na primavera, 27 no verão, 45 no outono e 44 no inverno. Como se vê: a produção foi constante ao longo das estações, exceto no verão, quando a minha produção caiu muito, sem dúvida uma consequência do intenso calor, ao qual este mamífero de clima temperado ainda não se acostumou.
A partir de agora me concentrarei na batalha final: conseguir que o conjunto das “Cartas da Mata Atlântica” seja publicada como livro (mil páginas, em dois volumes). O meu sonho seria ter o livro disponível no Natal deste ano.
Desejo a todos uma bela e produtiva primavera.
Abraços,
André
Carta 172. Cogumelos na restinga herbácea do litoral paranaense
É nas margens do mar e oceano que as pessoas gostam de estar, no verão, ou em qualquer outra estação.
Acontece que a praia e as dunas têm os seus próprios residentes: numerosas espécies de plantas, animais e fungos, fortemente especializados, que não conseguem simplesmente mudar de moradia, rumar para um outro lugar. Assim, a nossa cobiça pelo espaço litorâneo ameaça todos esses seres tão bem adaptados ao seu ambiente: um solo de areia não consolidada, pobre em nutrientes, com alto grau de salinidade, de secagem rápida e de temperaturas que na superfície podem ficar bastante elevadas (na areia nu alcançam 70ºC no pico do verão; Scarano 2002), em áreas fortemente assoladas pelo vento. Uma importante fonte de nutrientes neste ambiente é a maresia presente na atmosfera (Araújo & de Lacerda 1987).
Os cientistas que descrevem as espécies de organismos encontradas na beira-mar, muitas vezes os dão nome científico referente à região geográfica, ao ambiente de dunas, ou ao solo arenoso e rico em sal. Na Tabela 1, são listados os epítetos mais usados para o grupo ao qual dedicarei esta carta: os FUNGOS.
Leia na íntegra: http://www.andredemeijer.net/2016/09/30/carta-172-cogumelos-na-restinga-herbacea-do-litoral-paranaense/#tc-comment-title