Aifa faz novas demolições em áreas de mangue de Paranaguá

Mais uma etapa da Ação integrada de Fiscalização Ambiental (Aifa) aconteceu nesta quinta-feira (6) em Paranaguá, desta vez nos bairros Santos Dumont e Jardim Guaraituba. Foram demolidas 12 construções inabitadas, removidos 15 caminhões de entulho e feitas 15 notificações ambientais.
A 18ª ação contou com 70 servidores de diversas instituições públicas, sob a coordenação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
A Aifa tem o objetivo de combater o avanço de invasões e a degradação ambiental na cidade, principalmente em manguezais. Em algumas ações, houve críticas dos atingidos. Um caso de grande repercussão foi a derrubada da casa de mestre de fandango Aorelio Domingues, que gerou um protesto-lamento musical. Leia Mestre do fandango faz protesto musical por casa demolida
A Aifa teve início em setembro de 2023 e, desde então, já foram demolidas 160 estruturas considerada ilegais, bem como delimitações de parcelamento ilegal de solo em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e em manguezais.
No total, foram retirados desses locais 275 caminhões de entulho, com capacidade média de 11 toneladas cada um.
“Os manguezais são ecossistemas fundamentais para a biodiversidade e para a manutenção do equilíbrio ambiental na região”, explica o coordenador da ação fiscalizatória e agente ambiental do Ibama, José de Souza Alves Filho.
“Infelizmente, a expansão irregular da ocupação nessas áreas tem levado à destruição da vegetação e ao assoreamento da baía de Paranaguá.”
A fim de coibir novas invasões, a ação fiscalizatória integrada continuará a ser realizada mensalmente, por prazo indeterminado.
Além do Ibama, a operação conta com a participação de diversas instituições: Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Estado do Paraná, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar (PM), Polícia Ambiental, Guarda Civil Municipal (GCM) e as secretarias municipais de Meio Ambiente, de Obras, de Assistência Social, de Urbanismo e de Segurança Pública.

Imóveis desocupados
Em janeiro, durante encontro na prefeitura para apresentar a Aifa para a nova administração do município, a procuradora da República Monique Checker fez um balanço do último ano e explicou o propósito da iniciativa. “Queremos fazer a recuperação das áreas de mangue e assim formar barreiras naturais para prevenir acidentes e desastres nesses locais”.
Checker aponta 22 pontos de interseção da área urbana com os mangues que circundam Paranaguá. “São áreas desmatadas e aterradas, muitas vendidas para pessoas que depositam seu dinheiro sofrido na compra desses locais irregulares, as vezes aterrados com restos de obras e lixo, colocando em risco toda a família”, alerta. “Ainda há pontos para atuar. A operação está em locais onde não há pessoas morando e estamos tentando conter as invasões em primeiro lugar. Após projetos habitacionais e a realocação desses moradores, aí sim vem um projeto de recuperação de uma área ainda maior para regenerar a parte em que houve as demolições”, afirmou.
O chefe regional do IAT (Instituto Água e Terra) no Litoral, Altamir Hacke, reforçou a preocupação de não demolir moradias. “Conseguimos realizar um diagnóstico e verificar que tem muitas residências de veranistas, estruturas que não são ocupadas e casas com famílias. Estamos indo na direção de demolir as que não são ocupadas. Além disso, também promover a destinação dos resíduos gerados em função dessa demolição, para posteriormente conseguirmos fazer a recuperação dessa área degradada pela ocupação, com a revegetação das espécies de mangue existentes na região”.
