CEM-UFPR vai produzir sementes de ostras para produtores do Litoral
Uma nova parceria entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) vai impulsionar a maricultura. O projeto, de cerca de R$ 3 milhões, será financiado pelo governo estadual e tem o objetivo de melhorar e incentivar a produção de ostras.
A iniciativa foi apresentada nesta quarta-feira (4) aos secretários da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza; e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, em uma visita ao Centro de Estudos do Mar (CEM), do campus da UFPR de Pontal do Paraná.
Sementes, capacitação e licenciamento
Atualmente, os produtores paranaenses precisam buscar sementes de ostras em outros estados, especialmente em Santa Catarina. No projeto, serão criados laboratórios para o desenvolvimento de técnicas e sistemas eficientes para produção de suas próprias sementes para fornecer aos produtores. A intenção é facilitar o acesso, aumentar a produção e a renda familiar das comunidades, além de promover a sustentabilidade, já que reduz a pressão da extração sobre as populações locais de ostras.
O projeto também envolve eventos de capacitação, apoio no licenciamento ambiental das comunidades interessadas na produção sustentável de ostras, realização de oficinas para confecção de lanternas e travesseiros para cultivo em sistema long-line e travesseiros flutuantes; instalação de unidades de pesquisa e extensão e de Referência Tecnológica, entre outras ações.
Serão beneficiados os municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Paranaguá e Pontal do Paraná, atuais produtores de ostras do Estado.
Pesquisas
Com a criação dos laboratórios, será possível fazer pesquisas para o melhoramento genético da ostra nativa e o desenvolvimento de aplicativo para controle do manejo e crescimento das sementes distribuídas. “Estamos empolgados com esse futuro que vem para a maricultura. Temos muita pesquisa e muita produção pela frente”, disse o professor da UFPR Francisco José Lagreze Squella.
A UFPR apoiará o projeto nas áreas de pesquisa, auxilio na extensão com alunos, manutenção do laboratório de sementes de ostras, avaliação zootécnica, avaliação molecular, apoio logístico e na divulgação dos trabalhos.
Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, a iniciativa tem o potencial de promover a maricultura como uma atividade sustentável e geradora de renda. “Vamos apoiar esse projeto inovador que visa fortalecer economicamente os pescadores artesanais e produtores de ostras”, afirmou.
Assistência
A elaboração do projeto teve apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar – Emater (IDR-Paraná), que assiste produtores de ostra da região e vai auxiliar na execução. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) também vai assessorar a iniciativa.
Durante a visita, o presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, reconheceu os esforços de diversas instituições para fazer o projeto acontecer. “É incrível vivenciar essa integração entre a Adapar, que faz vigilância sanitária, o IDR-Paraná, que faz extensão rural, a UFPR, que faz pesquisa, e duas secretarias fundamentais apoiando esses produtores”, disse.
A equipe conheceu ainda o Sítio Sambaqui, na estrada de Cabaraquara, em Guaratuba, estabelecimento assistido pelo IDR-Paraná, que produz, comercializa e serve suas próprias ostras.
Produção
Em 2023 o Paraná teve um Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) de R$ 3,2 milhões e uma produção de 193 mil dúzias. A cultura ainda não é tão popular no Estado, mas algumas cidades se destacam. Guaraqueçaba teve sozinha um VBP de R$ 1,6 milhão com uma produção de 95 mil dúzias. Logo atrás vem Guaratuba, com o VBP de R$ 1 milhão e uma produção de 60 mil dúzias de ostras.
Presenças – Também participaram da visita o coordenador do programa de Sanidade dos Animais Aquáticos da Adapar, Cláudio Cezar Sobezak; o chefe do escritório regional da Adapar em Paranaguá, Élio Ricardo de Creddo; o gerente estadual de Agroecologia do IDR-Paraná, Renato Viana; o chefe do núcleo regional da Seab em Paranaguá, Maurício Lunardon, além de servidores do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri).