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Combate ao racismo é tema das escolas de Pontal do Paraná

Programa Afrolip torna Pontal do Paraná referência na mediação de conflitos e inclusão social na escola. “Onde houver um caso de racismo, precisamos ajudar”, defende a idealizadora do programa

A Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria de Direitos Humanos e Defesa da Cidadania de Pontal do Paraná, iniciam uma nova turma do curso voltado ao combate ao racismo nas escolas do município. A aula inaugural é nesta quarta-feira (23), dentro do programa Afrolip (Afrodescendentes do Litoral do Paraná), criado para desconstruir o racismo estrutural a partir da educação infantil na cidade de Pontal.

Em expansão, o Afrolip dessa vez levará conhecimento ao público formado por aproximadamente 100 alunos, integrantes de três turmas da 7ª série do Colégio Hélio Antônio de Souza, em Praia de Leste. O colégio é estadual, mas também abriga turmas da educação pública municipal.

Pioneirismo – De acordo com a Prefeitura, Pontal é um dos primeiros municípios do Brasil a tratar o tema da desconstrução do racismo e da inclusão nas escolas públicas.

O Afrolip começou com os alunos dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’s), ajudando na construção da identidade de crianças negras, indígenas e quilombolas.

O respeito às etnias e o convívio social são trabalhados através de conteúdos específicos em sala de aula, principalmente em escolas que registram casos de racismo. A mediação de conflitos registrados também é alvo do Afrolip.

Formação e combate – Criado 2021 pela professora doutora Edicélia Maria dos Santos Souza – servidora pública da Secretaria de Educação de Pontal na área de educação especial e na Secretaria de Direitos Humanos e Defesa da Cidadania – o Afrolip e a professora iniciaram uma pesquisa sobre casos de racismo nas escolas municipais.

A partir daí, seguiu no ensino aos professores, docentes em formação e aos próprios alunos sobre como lidar com o racismo, sempre como força positiva de inclusão. “Onde houver um caso de racismo, precisamos ajudar”, defende a professora Edicélia.

Atualmente, o Afrolip leva essa temática de ensino às escolas municipais de Pontal, contribui com a formação de docentes em escolas estaduais e visita a Casa Lar, Cras (Centro de Referência e Assistência Social), Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Casa Lar e Centro Mar, destinado ao acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Lei municipal – Pontal do Paraná também é cidade pioneira na oferta de vagas em concursos públicos. A Lei Municipal 2.318/2018, de autoria da vereadora Nega Borges, garante cotas nos processos seletivos simplificados (PSS) nos concursos abertos no município para as populações negra, comunidades quilombolas e povos indígenas.

Os primeiros aprovados em concurso após a vigência da Lei, ao se inscreverem, optaram por concorrer como afrodescendentes, em ampla concorrência ou pessoa com deficiência, e 45 pessoas se declaram pretas ou pardas. As vagas foram para agente de endemias, auxiliar de desenvolvimento infantil, professor (séries iniciais) e professor de Educação Física.

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