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Esteira no Porto de Paranaguá é interditada por risco de explosão

Foto: Divulgação

Uma das principais esteiras aéreas para o transporte de grãos aos navios no Porto de Paranaguá foi interditada nesta quarta-feira (3), pelo risco de explosão. O equipamento é responsável pela operação do Terminal de Exportação.

A determinação partiu de auditores do Ministério do Trabalho, que constataram que a estrutura apresentava graves problemas de manutenção e acúmulo excessivo de poeira. A fiscalização identificou um acúmulo de poeira de até 20 centímetros, quando o máximo permitido pelas normas brasileiras é de apenas meio centímetro. Segundo os auditores, o acúmulo poderia gerar uma concentração de gases nesses locais, com um iminente risco de explosão com qualquer faísca.

A empresa responsável pela estrutura foi notificada e deverá tomar todas as medidas exigidas por parte da fiscalização para que a esteira volte a operar normalmente.

A interdição pode provocar demora no embarque dos navios no Porto de Paranaguá.

O Correio do Litoral entrou em contato com a Appa, que administra a empresa pública Portos do Paraná, pedindo esclarecimentos e este conteúdo será atualizado se houver resposta. Diferente do procedimento que era usual, a Portos do Paraná não divulgou nota de esclarecimento em seu site oficial para informar a população e o setor portuário.

Fiscalização verificou diversos indícios de irregularidades

Os auditores fiscais do trabalho, vinculados à Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) – do Ministério do Trabalho, realizam nesta terça e quarta-feira (2 e 3) uma grande operação de fiscalização no Porto de Paranaguá para apurar denúncias de irregularidades em algumas áreas, incluindo questões de riscos à saúde e segurança no trabalho em um importante terminal de exportação de grãos.

Segundo o órgão, havia indícios de deficiências mais leves e outras mais graves que, caso não sejam solucionadas de forma imediata, podem acarretar em acidentes. 

De acordo com Diego Alfaro, coordenador do Projeto Portuário da Secretaria da Inspeção do Trabalho no Paraná, logo num primeiro momento foram identificados diversos problemas. 

“Subimos até as esteiras transportadoras do corredor de exportação e identificamos diversas irregularidades, desde a parte de incêndio, a falta de equipamentos de combate a incêndio, até questão de buracos abertos, acarretando na possibilidade de queda dos trabalhadores”, afirmou.

Em um dos galpões vistoriados pela equipe de fiscalização foram encontradas instalações elétricas em estado precário de conservação, com pouca manutenção, no mesmo local onde são descarregadas diversas toneladas de grãos, o que causa um sério risco de explosão. 

O excesso de poeira de grãos em suspensão, concentradas no ar e no chão, pode ser tornar um combustível quando aliado ao oxigênio e uma fonte de ignição.

Incêndio em fevereiro trouxe indícios de irregularidades

No dia 23 de fevereiro houve incêndio em uma das seis correias do corredor de exportação, no berço 214. O abastecimento foi interrompido e os navios nos berços 212 e 213 foram desatracados de maneira preventiva.

As causas do incêndio ainda não foram informadas pela Appa – Portos do Paraná. A última nota a respeito do acidente é do dia 24 de fevereiro e informava que “as causas do incêndio serão apuradas pelas autoridades competentes”.

De acordo com a Secretaria de Inspeção do Trabalho, o incidente trouxe indícios de irregularidades nas operações, além de outras denúncias anônimas que foram recebidas pelo órgão.

Algumas das empresas fiscalizadas na ação desta semana já foram notificadas em uma inspeção realizada em anos anteriores. Na ocasião, os problemas foram sanados. No período da pandemia as fiscalizações deixaram de acontecer com frequência e esse trabalho deverá ser retomado com um maior número de ações a partir de agora.

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