Estudantes pedalam para elaborar roteiro na PR 405
Nesta quinta (7) e sexta (8), alunos do curso de Oceanografia do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR participam de uma saída de campo à PR 405, que liga Guaraqueçaba a Antonina.
A viagem faz parte da optativa “Turismo e Natureza”, ministrada pelo biólogo do CEM José Claro da Fonseca Neto e pelo professor de Biologia Carlos Eduardo Belz.
Os alunos farão o percurso de bicicleta, estudando a possibilidade da criação de uma rota de cicloturismo na região. Utilizando o método da Avaliação Turística Rápida, serão analisados diversos aspectos, como o estado de conservação, a existência de pontos de parada para alimentação e pernoite, sinalização, impactos da ação do homem, locais para observação da flora e fauna local e grau de dificuldade do percurso. Ao todo, o trajeto tem cerca de 90 km de estrada de terra.
A disciplina surgiu em 1997, como a prática de docência para o doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR de José Claro. O biólogo conta que desenvolveu o projeto devido à falta de informações técnicas de rotas de ecoturismo no litoral do Paraná. “Ao longo destes anos, buscamos explorar a vertente da Serra do Mar voltada para o oceano, a plataforma continental e a planície litorânea”, explica. Entre os trajetos já estudados estão escaladas dos Picos Paraná, da Prata e Marumbi e caminhadas até as cachoeiras de Matinhos e pelo Caminho do Itupava.
Muito preparo
Com características especiais, são exigidos pré-requisitos bastante específicos para a participação nas aulas. Voltada para estudantes do quinto ano do curso de Oceanografia, os interessados são informados com meses de antecedência sobre os equipamentos e preparo físico necessários. “Antes mesmo de abrir a disciplina, eu já aviso que é difícil”, garante o pesquisador, acrescentando que isso é necessário porque alguns problemas de saúde impedem a realização do trajeto.
No caso da visita à Estrada da Banana, único acesso terrestre a Guaraqueçaba, foram exigidas bicicleta em bom estado de conservação, barraca e no mínimo três meses de experiência em pedalada, já que o passeio é feito por caminhos de estrada rural, com cascalho e subidas. “Os pré-requisitos servem justamente para informar as pessoas sobre o que vai acontecer.”
O trajeto será dividido entre os dois dias da atividade. Na quinta-feira, dia 7, o grupo, que será composto por 10 alunos, além de professores e uma equipe de apoio, pare de Antonina e percorre os primeiros 70 km, chegando até a Reserva Natural do Salto Morato onde acampam. Na manhã seguinte, saem bem cedo e pedalam por mais 20 km até Guaraqueçaba, onde almoçam. O retorno até Pontal do Sul será feito em um barco ofertado pela Universidade, que também oferece o transporte de ida até Antonina.
O resultado
Os três dias que antecedem a viagem são compostos por aulas teóricas sobre turismo e natureza. Na semana seguinte, os estudantes se reúnem para compilar os dados e imagens coletadas no trabalho de campo em um relatório técnico, um resumo e um roteiro turístico. Na manhã da sexta-feira, dia 15, este produto será apresentado publicamente em uma sessão com membros da administração da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba.