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Evani recebe PV e PCdoB e defende ampla aliança de oposição

A ex-prefeita de Guaratuba Evani Justus (PSDB), ao lado de seu marido Gil Justus, reuniu-se na noite desta quarta-feira (15) com a direção municipal do PV (Partido Verde) e lideranças do PCdoB no Litoral para discutir apoio à sua pré-candidatura.

Animada por pesquisas internas que a colocam em primeiro lugar na disputa municipal, Evani disse que está consciente de que sua viabilidade eleitoral depende de formar uma ampla aliança de oposição. Mais ainda: depende de convencer os líderes políticos e a população de que é realmente oposição ao sobrinho Roberto Justus (PSD) e ao cunhado Nelson Justus (UB).

Participaram da reunião articulada pelo presidente do PV de Guaratuba, professor Renato Marin, o jornalista Cláudio Ribeiro, da direção estadual PCdoB e coordenador do partido no Litoral; Fábio Peixoto, presidente do PCdoB de Pontal do Paraná; Ismael Neto, presidente do PCdoB em Matinhos, filiados do PV local e aliados de Evani. O Correio acompanhou todo o encontro.

Também estava presente o ex-vereador de Guaratuba Tristão da Silva Miranda, que depois divulgou um vídeo para dizer que segue o grupo de Nelson e Roberto Justus e que foi ao encontro por engano.

PCdoB e PV fazem parte da Federação Brasil da Esperança, junto com o PT. Cláudio Ribeiro e professor Renato destacaram a necessidade da federação caminhar junto e analisar todas as possibilidades de alianças para 2024. De acordo com o professor Renato, pesquisas internas indicam que a população de Guaratuba não deseja a recondução do grupo do atual prefeito e estaria aberta a votar em uma terceira via.

Frente ampla

Evani explicou aos presentes que gostaria de contar com os três partidos na sua campanha e no seu governo, mas que pretende formar uma aliança com todas as correntes. Com a ausência de petistas na reunião – que acabaram não sendo chamados por causa da agenda corrida dos visitantes em Guaratuba –, Evani lembrou da boa relação que teve com o PT em suas duas gestões (2009-2012 e 2013-2016) durante governos de Lula e Dilma Roussef e da sua afinidade com membros do partido na cidade. 

Evani ressaltou, no entanto, a necessidade de uma aliança municipal acima das divergências e disputas nacionais e estaduais – além de progressistas, a ex-prefeita tem a simpatia de conservadores e até bolsonaristas. “Ninguém ganha eleição se aumentar a divisão na sociedade. Quero ser a prefeita de todos, a candidata de Guaratuba”.

Parente de Guaratuba

A respeito do sobrenome Justus que carrega, ela responde na mesma linha: “Meu parentesco é com Guaratuba!”, disse. “Depois deste governo e de perderem a eleição, eles voltam para Curitiba. Independente de eleição, eu moro aqui, vivo aqui e tenho amigos em toda Guaratuba”.

Questionada pelos motivos que a levaram a ser oposição aos familiares, Evani lembra que se afastou politicamente do atual prefeito no início da primeira gestão dele. Ela lembra de projetos interrompidos, de alguns exemplos de má gestão da nova administração e da falta de prestígio para antigos colaboradores de seu governo, incluindo muitos funcionários de carreira. 

Seus aliados vão além e falam em “perseguição aos amigos da Evani” e às pessoas que não manifestaram muita empolgação com a candidata do grupo, a secretária municipal de Educação, Fernanda Monteiro. Também afirma que Roberto e Nelson Justus atacaram Evani em uma reunião recente com professores, segundo diversas testemunhas. 

Sobre o projeto de governo, Evani fala em retomar projetos que deram certo, corrigir erros da atual gestão e, acima de tudo, “governar com diálogo permanente com os partidos e os cidadãos”. 

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