Matinhos e Pontal comemoram Ideb e Guaratuba vê nota da Educação retroceder
A nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foi motivo de comemoração pelo governo federal, pelo governo estadual e por diversas prefeituras do Paraná. Também serviu para mostrar o abismo que separa a Educação municipal de Guaratuba das vizinhas Matinhos e Pontal do Paraná.
Na quarta-feira (14), o governo federal informou o Ideb 2023, um dos indicadores que mede a qualidade da educação e que é divulgado a cada dois anos. A avaliação é dividida em três etapas de ensino: anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio.
Foi nos anos iniciais, cuja gestão é feita pelos municípios, que os resultados foram melhores. O Brasil, com todas as diferenças regionais, teve uma média de 6,0 nos anos iniciais. O Paraná foi ainda melhor, com nota 6,7.
No Litoral do Estado, uma região historicamente de baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), os melhores resultados foram em duas das três cidades balneárias. Matinhos e Pontal do Paraná atingiram o mesmo Ideb em 2023: 6,2. Os resultados confirmam o aumento do índice nos últimos anos nos dois municípios.
Na terceira cidade balneária, Guaratuba, a situação é inversa. Com a nota 5,9, o índice que mede a qualidade da educação pública municipal vem decaindo.
Pontal e Matinhos comemoram os melhores índices do Litoral
Com o aumento de 5,7 para 6,2 entre 2021 e 2023, o prefeito de Pontal do Paraná, Rudão Gimenes (MDB), veio a público comemorar. “Orgulho em números!”, postou nas redes. “O Estado do Paraná alcançou uma média de 6,7, a maior do Brasil, e Pontal do Paraná se destaca com a maior média do litoral, 6,2!”
Com o bom resultado, o prefeito, em campanha para a reeleição, aproveitou para promover sua gestão: “Isso é reflexo do nosso compromisso com a educação e o futuro das nossas crianças. Juntos, estamos construindo um futuro brilhante para Pontal!”.
Rudão ilustrou a postagem com estudantes da Escola Municipal Professor Ernesto, no balneário Carmery, e destacou que a instituição obteve a 3ª maior pontuação do Litoral: 7,2.
Em Matinhos, com um aumento de 6,0 para 6,2, o prefeito Zé da Ecler (PSDB) também pode comemorar, apesar das dificuldades vividas pela educação em decorrência da covid-19.
O atual secretário de Educação, professor Alzino Neto, explica: “Tivemos muitas defasagens, pós pandemia, que dificultaram a efetivação do processo de ensino-aprendizagem, porém, a dedicação de todos os profissionais da educação, que são mestres por excelência, resultou no aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica”.
Alzino detalha a situação vivida na educação: “Em 2021, foi mais delicado, pois estávamos com muitos casos de afastamentos e as aulas ainda não eram presenciais desde o início do ano, nosso índice foi 6,0, porém, com o retorno presencial avançamos para 6,2, em 2023”.
Guaratuba andou para trás nos últimos 8 anos
Guaratuba não teve nada para comemorar e o assunto do Ideb foi evitado pelos políticos da situação, muito atuantes nas redes, como o prefeito Roberto Justus e a ex-secretária da Educação e candidata a prefeita Fernanda Monteiro.
O assunto, no entanto, ganhou dimensão regional com o candidato a prefeito Maurício Lense (Podemos), na TVCI, emissora de Paranaguá. Na segunda-feira, em entrevista no programa Litoral Urgente, ele comparou o resultado de agora com o do passado recente.
“Na gestão anterior, que é da ex-prefeita Evani Justus, a minha vice, ela tinha uma meta de 5.1 no Ideb e ela atingiu 6.2. De lá para cá, quando entrou essa nova administração, só vem caindo. E no último ano de 2023 foi 5.9, abaixo da expectativa”, disse. “Sem falar que quando a Evani foi prefeita era um R$ 23 milhões de orçamento hoje é R$ 81 milhões”, afirmou Maurício O candidato aproveitou para dizer que pretende fazer uma “Educação Participativa” com os professores e as famílias ajudando nas decisões.
Os números citados por Lense estão corretos em relação ao orçamento e ao índice da educação. No Ideb dos anos iniciais divulgados até 2017 os números vinham melhorando a cada edição . Em 2017, a meta era 5,1 e o resultado foi de 6,2.
Depois disso, o resultado só piorou. Diminuiu para 6,0 em 2019, permaneceu em 6,0 em 2021 e caiu para 5,9 em 2023.