Stéfani Mota, de Matinhos, faz sucesso na Netflix, é roteirista premiada e mostra ainda mais versatilidade

Stéfani Mota vive um momento especial em sua carreira. Atualmente, está em quatro produções em paralelo, entre streaming e cinema, incluindo na nova temporada de “DNA do Crime”, série que ficou por várias semanas no TOP 10 de conteúdos mais consumidos da Netflix.
Ela interpreta Vanessa, única integrante feminina da Quadrilha Fantasma e namorada de Gabriel (Daniel Blanco). Além disso, Stéfani está no elenco da comédia “Passaporte para Polônia”, dirigida por Paulinho Caruso, na produção do novo longa de Luis Dantas, em que protagoniza uma história inspirada no livro “Noites Brancas”, de Dostoiévski, e também está presente no spin-off da série “Irmandade” da Netflix.
Tendo uma trajetória consolidada no audiovisual, Stéfani já atuou em séries de sucesso, como “Irmãos Freitas” e “Manhãs de Setembro”, ambas do Prime Video. “Os streamings ampliaram o jogo. Aumentaram as possibilidades de trabalho, de voz, de alcance. Em um mundo ideal, a gente teria ainda mais chance de contar as nossas histórias, mas isso segue em suspenso enquanto o streaming não for regulamentado no Brasil”, afirma a atriz.
Regulamentação do streaming
A fala de Stéfani vem ao encontro de um debate ainda em andamento em nosso país, mas que pode fazer a diferença para projetos como os feitos pela artista: a regulamentação do streaming. Há dois projetos que tratam da regulação das plataformas de vídeo sob demanda em tramitação na Câmara, sendo um deles já aprovado pelo Senado.
O documento é de autoria da Sonia Santana, presidente do Sindcine, no qual propõe um pagamento obrigatório de contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) pelas plataformas, além de um percentual mínimo de produções nacionais nos catálogos dessas empresas e a garantia de direitos para produtores de conteúdo.
“Por outro lado, acho que a praticidade de ver tudo de casa afastou a gente da experiência coletiva do cinema e isso faz muita falta. No streaming, a gente pula de um título pro outro muito rápido. No cinema, é mais provável que você fique. Em casa, qualquer coisa é motivo pra desistir, e tem filme que só revela a beleza se você tiver paciência”, ressalta Stéfani.
Como roteirista, Stéfani escreveu “Deise”, longa premiado no Prêmio Cabíria de Roteiro de 2022, a primeira obra roteirizada pela artista, contando a história de uma mulher que precisa esconder que é mãe para manter o seu emprego. Já o longa “Uma Fresta”, escrito em parceria com Érico Rassi, foi selecionado para diversos laboratórios. Ela destaca a importância da participação da mulher nessas produções.
“A presença feminina na criação traz nuances que antes eram apagadas ou simplificadas, e é aí que as histórias ganham mais verdade, mais singularidade, mais vida. Isso não quer dizer que só mulheres possam escrever mulheres, mas a presença de uma no processo muda tudo e quanto mais vozes diversas participam de um projeto, mais potente ele se torna. A mulher que escreve, dirige, cria, não está ali para preencher uma cota. Está ali porque a ausência dela empobrece a obra”, enfatiza.
Quem acompanha a trajetória de Stéfani Mota no audiovisual talvez não imagine uma coincidência em seus papéis. A atriz costuma interpretar mães na maioria dos seus projetos.
“Sempre que faço uma mãe, encaro como uma oportunidade de atualizar a imagem da mulher na sociedade, pois ser mãe é uma experiência radical, especialmente nos primeiros anos, e dos trabalhos que fiz, e também os que eu escrevo, o que mais me interessa são os lados menos óbvios dessas mulheres. Por muito tempo, a mãe foi reduzida a uma figura exclusivamente cuidadora, quase uma entidade a serviço dos filhos, mas na vida real continuamos exercendo vários papéis: há contradições, desejos, ambições, fragilidades. E isso também precisa estar em cena,” ressalta.
CLIMA
Numa vida multifacetada como atriz, roteirista, mãe e, hoje em dia, empreendedora, Stéfani criou a marca de acessórios intitulada como ‘CLIMA’, sendo uma forma de exercitar outras habilidades que já tinha.
Ao longo de sua carreira, Stefani Mota sempre procurou se reafirmar como atriz, além de conciliar a carreira com a maternidade e o empreendedorismo. A artista multifacetada encara com convicção sua criatividade e interdisciplinaridade, na intenção de ampliar cada vez mais o seu olhar como ser humano no mundo em que vivemos.
Sobre Stefani Mota

Stefani Mota é uma atriz caiçara, de Matinhos/PR e criada em São Paulo/SP. Formada em Teatro pelo CPT – Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho, e roteirista pela Roteiraria – Escola de formação para roteiristas, ela demonstrou interesse na atuação desde a infância e já mostrou sua versatilidade desde o início, tendo atuado em peças de teatro e obras de streamings, como as séries “Manhãs de Setembro” e “Irmãos Freitas”, ambas do Prime Video.
A artista também já escreveu os longas “Deise”, premiado como Melhor Roteiro no Prêmio Cabíria de Roteiro, e “Uma Fresta” junto com Érico Rassi. Atualmente, está na segunda temporada de “DNA do Crime” da Netflix. Logo mais, estreia no longa derivado da série “Irmandade” da Netflix, no novo filme de Luis Dantas, inspirado no livro “Noites Brancas” de Dostoiévski e também em “Passaporte para Polônia”, longa de comédia dirigido por Paulinho Caruso.
Entrevista para o Correio

A artista versátil e talentosa respondeu três perguntas exclusivas para o Correio do Litoral.
Qual a importância do Litoral do Paraná na sua vida/carreira?
Imensa. Eu nasci aí e é pra onde eu sempre quero voltar. Muita coisa que carrego como artista e como pessoa vem do litoral e da minha família, que é de Matinhos e de Pontal. Tem uma força na praia que moldou meu olhar pro mundo.
Você visita a região com frequência?
Menos do que eu gostaria. A última vez que fui foi no ano passado, levei minha filha pra conhecer os meus lugares favoritos de Matinhos. A Praia Mansa, o Pico, a Praia dos Pescadores… ela adorou andar no meio das canoas. Foi bonito ver tudo com os olhos dela.
Deixe um recado para os moradores do Litoral do Paraná.
Continuem cuidando desse lugar com o mesmo carinho de sempre. Tenho muito orgulho de ter nascido aí.
Texto: Bianca Mariano / Cubo Mágico