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Trilha da Torre da Prata ganha nova sinalização

Vista do cume da Serra da Prata – Foto: Rubens Matsushita Divulgação / ICMBio

No dia 26 de agosto, antevéspera do Dia Nacional do Voluntariado, servidores do ICMBio, associados do Clube Paranaense de Montanhismo (CPM) e voluntários realizaram o 4º Mutirão de Sinalização e Manutenção na Trilha da Torre da Prata, no Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange.

Ao todo, entre voluntários e analistas ambientais, participaram 21 pessoas. Alguns voluntários já participam pela segunda ou terceira vez. Entre os voluntários, vários montanhistas, além de estudantes, professores, profissionais liberais e funcionários públicos.

Substituição de degraus de aço, na primeira etapa do mutirão – Foto: Simone Rodrigues, CPM

A trilha da Torre da Prata percorre os municípios de Morretes, Guaratuba e Paranaguá. É extremamente exigente fisicamente e é frequentada por montanhistas e usuários com experiência em trilhas. Muitas vezes é iniciada de madrugada ou finalizada à noite, quando ainda está escuro, por isso adotou-se nela um modelo de sinalização refletiva.

As atividades realizadas foram: restauração de sinalização, desobstrução de leito e poda da vegetação do corredor da trilha, fechamento de atalhos e roçada da entrada da trilha. No total, foram removidos 22 troncos de árvores caídas na trilha e que a estavam bloqueando, ação que visou isolar trilhas alternativas abertas por usuários para desviar de alguns troncos. Dezenas de atalhos foram fechadas com corda de sisal e galhos secos. Foi roçada uma extensão de aproximadamente 200 metros na entrada da trilha, que estava tomada por vegetação de baixo porte, como capim, samambaias e bambus, dificultando o acesso dos visitantes.

No dia 5 de agosto, havia sido realizada a primeira etapa do mutirão na trilha, com atividades especializadas de substituição de cordas e degraus de aço em alguns trechos muito íngremes (18 degraus e cordas em dois trechos). Tais equipamentos têm o intuito de evitar a erosão da fina camada de solo nas laterais da trilha, por pisoteamento, impacto observado em trechos descobertos. Essa atividade contou com a participação apenas de seis montanhistas experientes, devido ao grau de dificuldade.

Todas as atividades executadas pelos voluntários estão dentro da concepção de ordenamento da visitação no atrativo, que é histórica, e de melhoria da experiência do visitante. Os objetivos são proteger a flora e a fauna do Parque, dar maior segurança aos visitantes, e coibir atividades ilícitas (como corte de palmito e caça) através da presença institucional e de usuários “amigos da unidade”.

Instalação de fitas refletivas para sinalização da trilha – Foto: Péricles Augusto dos Santos

“Quando a trilha não está clara para o usuário, com bloqueio por vegetação ou troncos, os usuários podem buscar opções mais fáceis para passagem, gerando trilhas secundárias, que são indesejáveis. Uma trilha bem visível e uma boa sinalização são complementares e dão aos usuários segurança da trilha, minimizando o risco de se perderem em meio à mata, como ocorria há alguns anos, e evitando que pisoteiem a vegetação fora da trilha.” (Rodrigo Filipak, coordenador técnico do mutirão)

“Neste ano, o ICMBio renovou seu Programa de Voluntariado e o Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange já está realizando algumas atividades que seguem as novas orientações e metodologias. Os mutirões são uma ferramenta de extrema importância para aproximar a sociedade da gestão do Parque e a proposta é realizar outras atividades com apoio de voluntários, em locais onde há visitação na unidade de conservação.” (Cristina Batista, coordenadora do voluntariado do PNSHL)

“Atuar no mutirão na trilha da Torre da Prata foi minha primeira atividade como voluntária do PNSHL. Pude aprender sobre a sinalização e o manejo correto da trilha, conhecer pessoas muito legais e ter a certeza de que a equipe do Parque está buscando garantir a preservação através do uso público, de modo consciente e seguro. Além disso, para nós que amamos o montanhismo, o voluntariado na UC é uma grande oportunidade de retribuir à natureza tudo o que ela nos proporciona.” (Isabel Cristina Martines, professora universitária, voluntária do ICMBio).

Fechamento de desvios e trilhas alternativas com corda de sisal – Foto: Rodrigo Filipak Torres

Com informações da Administração do Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange

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