Um direito humano
Artigo de Adalberto Araújo

Está escrito no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, que “Toda pessoa tem direito à liberdade de religião, consciência e pensamento”. Ou seja, todos temos (e não apenas o Estado) o compromisso de fazer valer esse direito em nosso país. Como cristão, dos mais imperfeitos, me esforço em cumprir aquele que é o segundo maior mandamento bíblico, “amar ao próximo” (como se lê, dentre outros, em Mateus 22:39), e não apenas aos que comungam da mesma crença.
Vivemos em uma sociedade plural, onde valores como liberdade, respeito e igualdade, balizadores da nossa democracia, já não podem permanecer na “Sibéria do Ordenamento Jurídico”: a lei precisa “sair do papel” e regrar, efetivamente, as relações entre os indivíduos. A defesa de princípios não pode ser confundida com práticas fundamentalistas, tal como em regimes autoritários.
Mais que inaceitáveis, falas ofensivas e preconceituosas direcionadas contra a fé do próximo devem ser combatidas e repudiadas com veemência, pois não raras vezes incitam o ódio e a intolerância religiosa, discriminação usualmente praticada contra as religiões de matriz africana, mas não apenas contra esta.
E é nesse contexto que me solidarizo com os membros e simpatizantes da Acefi – Associação Cristã de Estudos da Fraternidade Irmanada, que denunciam intolerância religiosa praticada por ocasião da 7ª edição do “Afoxé Filhos de Iemanjá”, em Paranaguá. Como legislador, reafirmo compromisso com a defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa, e com a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e respeitosa… respeitosa com um direito que é fundamental … e humano!
Adalberto Araújo é vereador, presidente da Câmara Municipal de Paranaguá