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Zeca Dirceu garante apoio do PT e governo federal sobre questão ferroviária em Paranaguá

Fotos: Divulgação

Nesta segunda-feira (15), a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio de seu Conselho Temático de Infraestrutura, promoveu uma reunião para debater a necessidade de aprimorar o modal ferroviário no Paraná. Na pauta do debate, estavam os investimentos na concessão da chamada Malha Sul, que liga principalmente as regiões Norte e Noroeste do Estado ao Porto de Paranaguá, cujo contrato de concessão com a empresa Rumo se encerra em 2027.

O deputado federal Zeca Dirceu (PT), participou da reunião junto aos empresários e destacou a importância do setor produtivo e a contribuição que cada um dá ao desenvolvimento do Paraná e do Brasil. “O que chamou muito a atenção, e isso eu venho observando já há alguns anos, é toda essa problemática do fluxo humano e da ocupação populacional em Paranaguá. Eu quero sugerir, que o Ministério das Cidades, Jader Filho, fosse chamado também para esse debate e para essa discussão. Temos condições, sim, de fazer um diálogo e procurar com a Prefeitura de Paranaguá, com o Governo do Estado, de ajudar em soluções”, afirmou o deputado que também sugeriu um diálogo com o Ministério dos Transportes.

Além disso, Zeca Dirceu, representante do Governo Federal na reunião, disse que a Itaipu Binacional, que vem fazendo grandes investimentos no estado, também é capaz de investir nessas ferrovias. “A Itaipu Binacional, pode ser um outro ator convidado a participar, ajudar a pensar projetos, ajudar a pensar soluções”, sugeriu.

O presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos, afirmou que é importante ouvir e estar próximo aos usuários das ferrovias para entender quais são as dificuldades que ele tem e os grandes gargalos que existem hoje nesse modal. “Nós vamos sair hoje daqui com uma proposta de trabalho. Vamos rodar o interior para conversar com os usuários, perceber deles as expectativas de crescimento e qual é o olhar dele para uma possível nova concessão ou renovação da Malha Sul. Aí sim teremos parâmetros para sentar com os diferentes atores e colocar a posição do usuário quanto ao tema ferrovia”, disse.

O encontro desta segunda contou, ainda, com uma palestra do especialista em infraestrutura Luiz Henrique Dividino, ex-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Ele ressaltou o baixo índice de cargas que chegam hoje a Paranaguá por ferrovias, não alcançando 20% do total, enquanto portos como o de São Francisco do Sul (SC) alcançam índices de até 50%. “Dentro do que é possível, nós temos um serviço adequado, porém tem muito para fazer ainda. Temos que expandir o sistema de expedição no interior, de recepção no porto, melhorar a Serra do Mar, então realmente nós temos um desafio”, explicou.

Empresas usuárias

Uma das empresas usuárias do sistema ferroviário é a Coamo, de Campo Mourão, no noroeste do Paraná, que foi representada pelo diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Oliveira, cooperativa que responde pelo maior número de exportações do sul do Brasil. “A gente tem uma certa limitação hoje da malha no Sul do Brasil, mais especificamente no estado do Paraná, que limita volumes”, disse. O diretor ainda explicou que os investimentos nas ferrovias devem acompanhar novos projetos que estão sendo feitos no Porto Paranaguá para receber com mais eficiência as cargas, como é o caso do chamado Moegão. “Hoje, olhando pelo Corredor de Exportação, você tem limitações de terminais para fazer as descargas ferroviárias. Com esse projeto do Moegão, a partir do momento em que ele entra em operação, você transfere esse gargalo de lugar, e aí o próximo gargalo passa a ser a ferrovia”, justificou.

Rodrigo Buffara Farah Coelho, gerente do terminal portuário da Cotriguaçu, operado pelas cooperativas C.Vale, Lar, Copacol e Coopavel, todas com sede no Oeste do Paraná, explicou que com a atual ferroviária, tem lugares, como a região da Cotriguaçu, que o transit time, o tempo que leva, é de cerca de 7 a 9 dias (até Paranaguá). “Como essa malha está próxima de ser vencido o contrato, já não tem grandes investimentos, já não tem largas ideias sobre o que se deve fazer. E quem sofre com isso é o setor produtivo paranaense, que tem uma malha muito antiga, com poucos investimentos”, disse.

Zeca Dirceu ainda reiterou que essas empresas geram empregos em todo o estado, e a geração de emprego e renda é um compromisso do governo Lula com a população. “Contem com a nossa bancada, contem com o nosso trabalho. Qualquer tarefa que vocês entenderem que a gente pode contribuir, a gente vai abraçar e vai auxiliar muito aqui”, concluiu.

Com informações da Assessoria parlamentar e Sistema Fiep

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