Começa a pesca da tainha de cerco nas praias
Foi aberta nesta segunda-feira (1º) a temporada da pesca da tainha na Região Sul e Sudeste na modalidade tradicional de cercos de praias, com canoas a remo e redes de arrasto. Os pescadores devem respeitar o limite de uma milha náutica, cerca de 1,8 quilômetro da linha da praia.
A atividade é mais intensa em Santa Catarina, onde até os campeonatos de surf são restritos neste período, principalmente no sul do estado, por acordos feitos entre as associações de surfistas e os pescadores.
No Paraná, a pesca artesanal da tainha vai levar mais algumas semanas para acontecer, com a continuação da subida dos cardumes que saíram da Lagoa dos Patos (RS) para reprodução. O volume de captura no estado depende das condições do mar e do tempo, sendo melhor quando está mais frio.
Safra 2023
A partir de 15 de maio será a vez dos pescadores que usam embarcações motorizadas. Para estas, há o limite de 460 toneladas de captura.
Neste ano, a Portaria Interministerial MPA/MMA nº 1, de 28 de fevereiro de 2023, estabeleceu a autorização de Pesca Especial Temporária, o limite de embarcações de pesca, as cotas de captura e as medidas de monitoramento e controle para a temporada de pesca da tainha de 2023.
Fica estabelecido até o momento zero tonelada para a modalidade de permissionamento de cerco/traineira, que tem como área de operação o mar territorial e Zona Econômica Exclusiva (ZEE) das regiões Sudeste e Sul do Brasil e 460 (quatrocentas e sessenta) toneladas para a modalidade de emalhe anilhado da frota do estado de Santa Catarina.
O Ministério da Pesca e Aquicultura publicou somente no dia 24 a portaria MPA nº 37, com a lista dos barcos que tem autorização especial para a pescaria da tainha.
Todos os barcos autorizados a pescar utilizam a técnica do emalhe anilhado. Ficaram de fora as embarcações de pesca industrial de cerco/traineira. O emalhe anilhado é uma rede de pesca jogada no mar na forma de círculo. É usado tipicamente pelos pescadores artesanais. São 93 barcos de Santa Catarina que poderão tirar até 460 toneladas de tainha dos mares de São Paulo até o Rio Grande do Sul. A produção deverá ser desembarcada exclusivamente em Santa Catarina.
Na mesma portaria, o MPA inabilita nove embarcações que tinham interesse em capturar tainha usando cerco/traineira, que é petrecho da pesca industrial. Neste ano, essa modalidade não será permitida, como medida promotora da sustentabilidade da espécie.
Segundo o governo, o limite definido levou em consideração o estudo científico de avaliação de estoque da tainha realizado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Os cálculos foram feitos a partir de metodologia validada em fóruns de discussão com a participação de representantes do setor pesqueiro.
A medida representa uma redução de 68% em relação a 2022 e tem como objetivo garantir a sustentabilidade da pesca da tainha.
2024 – O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, informou que instalará um grupo de trabalho para estabelecer os parâmetros da pescaria na safra da tainha em 2024. “Nessa gestão ninguém vai ficar de fora”, disse.