Jornal denuncia que PMs constrangeram LGBTs na Ilha do Mel
“Pessoas que participariam da 1ª Parada LGBT da Ilha do Mel, neste final de semana, teriam sido coagidas a não embarcar para a ilha pela polícia neste sábado (16)”, denuncia o jornal online Paraná Portal. LGBT = Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros)
“Segundo organizadores da Parada LGBT, algumas pessoas chegaram a ser impedidas de embarcar nos barcos que fazem o transporte de Pontal do Paraná até a ilha”, informa reportagem de Mariana Ohde. Leia trechos:
Camila Campestrini, que trabalha no transporte de passageiros, conta que duas viaturas chegaram no trapiche por volta das 8h de sábado. Os policiais teriam dito que estavam no local para “garantir que ninguém do evento embarcasse”, pois havia uma ordem de um juiz.
“Eles perguntavam o que as pessoas iam fazer na ilha para qualquer um que ia embarcar. Os que iam para o evento, eles não deixavam embarcar”, conta Camila. “Estava todo mundo com medo, eles intimidaram muito”.
Camila afirma que outra viatura chegou por volta do meio dia e os policiais voltaram a perguntar sobre a Parada LGBT. “Eles reclamaram que deslocaram um batalhão de São José dos Pinhais para cobrir um evento que nem ia acontecer”, conta.
Ao longo do dia, os policiais embarcaram para a ilha e o movimento esperado pelos operadores dos barcos que fazem o transporte foi menor do que o esperado. “Estávamos esperando muito movimento, contrataram marinheiros”, conta Camila. “Os barqueiros estavam revoltados. Agora vai perguntar o que cada um gosta para poder embarcar?”, reclama.
No sábado, o movimento de policiais era cerca de três vezes maior do que o normal, de acordo com Camila. Ana Cristina, que gerencia a pousada onde aconteceria a concentração do evento, relata que barqueiros contaram cerca de 14 policiais no local. “No feriado prolongado tinha três”, conta Ana.
Tchaka, que é apresentadora oficial da Parada LGBT de São Paulo e participaria do evento na ilha também demonstrou indignação. “Hoje, estávamos de volta e, no estacionamento, ouvimos da funcionária que fica no caixa que os policiais colocavam o dedo em riste e falavam para a caixa e os barqueiros não venderem nem embarcarem pessoas LGBT”, conta.
Denúncia
Segundo Márcio Marins, coordenador da Associação Paranaense da Parada da Diversidade (APPAD), o caso deve ser levado nesta segunda à Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) e ao Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná (Coped).
A denúncia será feita com base em relatos de pessoas e trabalhadores do transporte que testemunharam o ocorrido. Cerca de dez pessoas se manifestaram no sábado. “Tivemos denúncias no meio virtual. Solicitamos que eles fizessem imagens, procurassem a delegacia de Pontal do Paraná. São atitudes que são necessárias para que possamos tomar alguma providência, exigir que as autoridades apurem o que aconteceu e punam”.
O evento deve ser remarcado para o mês de novembro, de acordo com Márcio, para que a pousada tenha tempo de regularizar os documentos.
O Paraná Portal tenta contato com a Polícia Militar (PM), mas não houve retorno até o fechamento da matéria.
Protesto cancelado
Após o cancelamento, os participantes que estavam na ilha chegaram a marcar um protesto para este domingo (17). A passeata marítima, que começaria às 10h, seria uma manifestação contra o cancelamento e contra a homofobia. Porém, o ato foi cancelado.
Leia a reportagem completa:
Após cancelamento da Parada LGBT, polícia é acusada de impedir embarque para a Ilha do Mel
O Revista Lado A vai mais longe:
Homofobia sim: Pousada que sediaria evento LGBT na Ilha do Mel é interditada e evento proibido