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Educação para a conservação da natureza mobiliza crianças e jovens na Grande Reserva Mata Atlântica

Conheça 6 iniciativas que promovem educação ambiental a crianças e jovens em um dos territórios mais importantes para a conservação da biodiversidade do Brasil Em meio à maior faixa contínua de Mata Atlântica do planeta, escolas públicas, organizações da sociedade civil, conservacionistas e educadores vêm se unindo para formar uma nova geração de “guardiões das áreas naturais”. Na Grande Reserva Mata Atlântica, que se estende por três estados do Sul e Sudeste do Brasil, projetos de educação para a conservação da natureza ganham força ao promover vivências práticas com crianças e jovens em contato direto com as áreas naturais do Bioma mais biodiverso do mundo. As ações vão muito além da sala de aula. Trilhas guiadas por monitores ambientais, oficinas com pescadores artesanais, programas de esporte náutico, teatro, ciência cidadã e mutirões de limpeza de praias, por exemplo, compõem um mosaico de experiências educativas. Ao aproximar os estudantes dos ecossistemas que os cercam — como manguezais, restingas, rios, florestas e outras áreas naturais —, esses programas têm ajudado a desenvolver o senso de pertencimento e responsabilidade ambiental nas novas gerações. A seguir, conheça algumas das iniciativas que estão transformando a relação entre juventude e natureza na região da Grande Reserva: 1. Marmaré – Programa Permanente de Educação Ambiental (Pontal do Paraná) Foto: Divulgação O Programa de Educação Ambiental Marmaré promove cultura ambiental e cidadania ecológica em Pontal do Paraná, aproximando comunidades dos ecossistemas costeiros por meio da educação, sensibilização e participação social. Alinhado à alfabetização ecológica e oceânica, valoriza a biodiversidade marinha, a cultura caiçara e o protagonismo juvenil, integrando saberes científicos e tradicionais. Suas ações incluem cartilhas educomunicativas, materiais didáticos e conteúdos sobre biodiversidade, mudanças climáticas, resíduos, unidades de conservação, segurança hídrica e justiça ambiental. A iniciativa resulta da articulação entre o poder público municipal, instituições de ensino e pesquisa, organizações da sociedade civil e do terceiro setor. Essa cooperação viabiliza projetos contínuos, oficinas, formação de educadores, ações de campo e eventos participativos, fortalecendo a educação ambiental como ferramenta de transformação territorial. Até o primeiro semestre de 2025, o Marmaré somou mais de 20 mil atendimentos e tornou Pontal do Paraná o primeiro município brasileiro com 100% das escolas certificadas com o Selo Escola Azul, em parceria com a UNIFESP. Também foi o segundo do litoral paranaense a aprovar a Lei do Currículo Azul. 2. SPVS – Programa de Educação para Conservação da Natureza (PR) Com 40 anos de atuação em prol da Mata Atlântica, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) desenvolve o Programa de Educação para Conservação da Natureza, voltado à formação de vínculos entre comunidades e o patrimônio natural. A iniciativa busca despertar o senso de pertencimento à biodiversidade local e estimular uma cultura de conservação ambiental duradoura. A metodologia do programa parte da aplicação de pesquisa de percepção ambiental, realizadas com públicos diversos. A partir desse diagnóstico, são planejadas ações imersivas adaptadas ao contexto local, como trilhas, oficinas e formações. A proposta é gerar mudanças concretas no comportamento das pessoas em relação à natureza, construindo vínculos afetivos e práticos com o território. Em 2025, o programa entrou em uma nova fase com o relançamento da Escola de Conservação da Natureza, com apoio do Global Nature Fund (GNF) e financiamento do governo da Alemanha. A ação prevê a formação direta de 60 jovens, 100 professores e 50 empreendedores nos municípios de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba (PR), com impacto indireto estimado em mais de 460 pessoas até janeiro de 2026. Além da formação de jovens e docentes (com base no Manual do Educador para a Conservação da Natureza, alinhado à BNCC), a iniciativa inclui: Curso de observação de aves (birdwatching); Criação de novas rotas de ecoturismo; Estágios para jovens bolsistas em áreas protegidas, com atuação em educação ambiental, turismo e comunicação; Encontro intersetorial para fomentar políticas públicas integradas de conservação e desenvolvimento sustentável; A SPVS também destaca que organizações parceiras podem se beneficiar das avaliações de percepção ambiental, utilizando os dados como insumos para novos projetos, estratégias de comunicação ou relatórios socioambientais, inclusive, em processos de certificação, como a Certificação LIFE. A veiculação da marca em materiais do programa e a participação ativa na construção de resultados de longo prazo estão entre as possibilidades de parceria oferecidas. 3. Aventuras Urbanas – durante o Mata Atlântica EcoFestival (PR)  Mais de 350 crianças de escolas públicas de Curitiba e região já tiveram contato com esportes ao ar livre não convencionais e atividades de natureza. A ação integra o Mata Atlântica EcoFestival, o maior festival de Aventura, Cinema e Arte do Sul do Brasil, que anualmente traz para mais de 12 cidades de quatro regiões do estado para uma programação com foco em experiências ao ar livre e sensibilidade para pautas ambientais. O mais recente Aventuras Urbanas foi realizado em Porto Amazonas, em parceria com o Complexo Hospitalar Pequeno Príncipe. 4. IPeC – Instituto de Pesquisas Cananéia (SP) Imagem: IPeC Referência na conservação da biodiversidade do Lagamar, o IPeC desenvolve uma série de projetos de educação ambiental: Tem Boto na Escola: com material didático próprio, atendeu cerca de 900 alunos do 2º ano da Educação Infantil e 4º ano do Ensino Fundamental I entre 2023 e 2024. Jovem Pesquisador: programa extracurricular para bolsistas do ensino médio. Escola Náutica Marapé: oferece aulas de