Promotoria investiga compra de ivermectina em Paranaguá

A 4ª Promotoria de Justiça de Paranaguá abriu uma investigação preliminar sobre a compra do remédio ivermectina pela Prefeitura do Município. A informação foi divulgada pela RPC e pelo site G1.
De acordo com a reportagem, a promotora Camila Adami Martins pede que a administração esclareça os critérios a compra, feita com dispensa de licitação. A Prefeitura divulgou que gastou aproximadamente R$ 3 milhões na compra do medicamento.
A promotora pede os seguintes esclarecimentos:

- Embasamento técnico (indicativo médico) para a aquisição emergencial do medicamento ivermectina para evitar a evolução precoce nos casos assintomáticos da covid-19;
- Justificativa para a adequada pesquisa para a cotação de preços do medicamento, que comprove que o preço a ser pago é compatível com o mercado;
- Critério técnico para o número de aquisições do medicamento de acordo com a população que o receberá, observando ainda a dosagem da medicação;
- Protocolo para o fornecimento da medicação aos moradores e se médicos realizam a correta posologia (indicação da dosagem) no momento da entrega.
A Prefeitura está distribuindo o remédio como “prevenção à covid-19”. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que não existe comprovação da eficácia da ivermectina e informa que não existem medicamentos aprovados no Brasil para prevenção ou tratamento da covid.
A distribuição começou na sexta-feira (17) e prosseguirá por 30 dias, informou a Prefeitura. No primeiro dia houve filas e aglomeração do lado de fora do ginásio de esportes Albertina Salmon. A Prefeitura que haviam sido entregues remédios para 4.412 até o domingo (19) e que, pelo menos neste dia, não houve filas.
No Litoral, dos sete municípios, além de Paranaguá, a ivermectina, junto com outros medicamentos com eficácia não comprovada etão sendo distribuídos à população pelas prefeituras de Pontal do Paraná e de Guaraqueçaba.
Guaratuba informou que não fará distribuição em massa, mas que está adquirindo os medicamentos necessários para atender prescrições que os médicos fizerem. Há profissionais que defendem o uso dos medicamentos não aprovados. Outros preferem aguardar estudos conclusivos.