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UFPR e Governo Federal farão estudo sobre erosão costeira em Guaratuba

 Gabriel Sereneski realizando trabalho de monitoramento na praia de Matinhos. Foto: arquivo pessoal

Parceria entre o Serviço Geológico do Brasil (SGB), do Governo Federal, e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) vai estudar a erosão costeira em Guaratuba. O objetivo é realizar pesquisas e monitoramentos que possam ajudar a gerir os problemas costeiros das praias Central e Brejatuba. 

Acordo de cooperação técnica, assinado em dezembro, prevê uma troca de dados e informações entre a UFPR e o SGB, órgão do Ministério de Minas e Energia, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a dinâmica e monitoramento costeiro das praias.

O professor Carlos Guedes, do Departamento de Geologia da UFPR, explica que a erosão é um problema recorrente nas praias paranaenses, resultado da interferência entre a dinâmica natural e a ocupação da costa, causada pela urbanização. 

“Importantes recursos têm sido aplicados para tentar resolver estes problemas com maior ou menor sucesso. Recentemente, um grande projeto de controle de erosão foi realizado na costa de Matinhos”, afirmou. Um dos principais desafios na costa paranaense, e de outros estados, é manter a faixa dinâmica da praia e as dunas frontais livres de ocupação”, diz.

O Laboratório de Estudos Costeiros da UFPR (Lecost) será atuante no estudo realizado em parceria com o SGB, que deve começar nas próximas semanas. Entre os participantes, estão o professor Guedes e os professores Rodolfo Ângulo e Maria Cristina de Souza, além do mestrando em geologia Gabriel Sereneski.

Foto: arquivo pessoal de Gabriel Sereneski

Serão dois anos de estudos

Ao longo de dois anos, o Lecost e o SGB devem fazer um monitoramento da dinâmica costeira das praias avaliadas. O trabalho deve ajudar a identificar as áreas mais sujeitas à perda de faixa de areia por eventos de ressaca e também trechos de acúmulo de sedimentos, como explica Marcelo Jorge, pesquisador do SGB e coordenador do projeto Dinâmica Costeira.

“O objetivo final do nosso trabalho é gerar documento que oriente órgãos gestores, entendendo quais processos causam prejuízos em suas praias, entender qual a velocidade desses fenômenos, urgência ou não de interferências, priorizar atenção sobre determinada área e estimar cenário futuro”, afirma.

O professor ressalta que o conhecimento gerado é importante para o planejamento urbano, considerando as condições naturais do local, mudanças climáticas e alterações da linha de costa. “O objetivo final do nosso trabalho é gerar documento que oriente órgãos gestores, entendendo quais processos causam prejuízos em suas praias, entender qual a velocidade desses fenômenos, urgência ou não de interferências, priorizar atenção sobre determinada área e estimar cenário futuro”.

A chefe da Divisão de Gestão Territorial do SGB, Maria Adelaide Mansini Maia, avalia que o projeto é uma importante iniciativa para apoiar projetos voltados à compreensão da dinâmica costeira no litoral brasileiro. Ela explica que, para o trabalho, são usadas tecnologias inovadoras: “Além de adotar metodologias tradicionais, como o uso de geoindicadores, análise granulométrica de sedimentos e estudos multitemporais de alteração da linha de costa, a iniciativa incorporou, de forma inovadora, a tecnologia de levantamentos topográficos para determinação de perfis de praia, utilizando drones equipados com sensores LiDAR”.

Essa técnica traz maior precisão à coleta de dados, amplia o detalhamento da análise das alterações costeiras e fornece dados mais robustos para a gestão e conservação dessas áreas sensíveis.

Fontes:  Luana Lopes/UFPR e Larissa Souza/SGB

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